Ribeirão Preto, Domingo, 01 de Maio de 2011

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Propagandista da saúde quer horário fixo

Profissionais pretendem ter hora marcada para poder falar com os médicos nos postos de saúde de Ribeirão

Proposta seria uma alternativa à proibição que prefeitura impôs aos funcionários de laboratórios na cidade

ANA SOUSA
DE RIBEIRÃO PRETO

O Sindicato dos Propagandistas de Ribeirão pretende propor à prefeitura que as visitas aos postos de saúde sejam feitas em horários fixos.
A medida seria uma alternativa à proibição da circulação de funcionários de laboratórios. O veto ocorre desde o dia 20 de março.
A prefeita Dárcy Vera (DEM) baixou o decreto que veta a entrada dos propagandistas após denúncia de um vereador do município.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Propagandistas, Antonio Gilberto Sartoratto, três faixas fixas de visita- entre 7h30 e 8h30, 10h30 e 11h30 e das 16h às 17h - seriam suficientes para que os funcionários dos laboratórios fizessem os contatos com os médicos.
"Nesses horários conseguimos pegar o médico entrando ou saindo. É claro que se o posto estiver lotado nesse período, a prioridade seria o paciente", afirma.
De acordo com o sindicalista, os propagandistas visitam apenas médicos que atendem consultas agendadas nos postos de saúde.
O modelo proposto, que se assemelha ao adotado pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão, prevê uma espécie de canal de reclamações caso o propagandista não cumpra o horário combinado.
"Se o gerente tiver problema, pode reclamar para o sindicato e nós comunicaremos ao Sindusfarma [sindicato da indústria de produtos farmacêuticos]", diz.

CONTROVÉRSIA
Para o presidente do Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), Marco Aurélio de Almeida, o modelo proposto pelo Sindicato dos Propagandistas pode ser eficiente. "É possível uma adequação sem que o atendimento seja prejudicado."
O médico vê como importante a visita dos representantes da indústria farmacêutico para o que ele chama de "reciclagem". Ele diz também que as amostras grátis distribuídas por esses profissionais podem significar economia para os pacientes.
Já o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) é contra o acesso livre dos propagandistas. Um levantamento do órgão de 2010 apontou que 48% dos médicos de SP que recebem visitas de propagandistas prescrevem remédios sugeridos pelos fabricantes.


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