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Aposentada agride médicos e uma funcionária do IPM
Local não tinha homens da Guarda Civil Municipal no momento da agressão
Mulher se descontrolou ao ser informada de que não tinha documentos suficientes para pedir isenção de imposto
DA FOLHA RIBEIRÃO
A aposentada Aparecida Rodrigues Pereira de Carvalho,
60, tentou agredir dois médicos
peritos do IPM (Instituto de
Previdência dos Municipiários) ontem de manhã e feriu
no rosto, próximo ao olho esquerdo, Eliane Russo, diretora
do órgão, que tentava controlar
a situação. No momento do incidente, não havia guarda fazendo a segurança do IPM.
Segundo o perito José Roberto Musa, que atendia a aposentada no consultório, Carvalho
se descontrolou ao ser informada de que não tinha documentos suficientes para requerer isenção de IRPF (Imposto
de Renda da Pessoa Física), benefício concedido a portadores
de doenças graves.
Ao ouvir a informação do
médico, a aposentada arremessou um grampeador nele, que
não foi atingido, e objetos de escritório que estavam sobre a
mesa do consultório.
Russo ouviu o barulho da
confusão, entrou no consultório e, ao tentar salvar o monitor
do computador de uma queda
-a aposentada estava jogando
o aparelho no chão- acabou
sendo atingida no rosto por um
porta-clipes.
Depois das agressões, Carvalho fugiu em um táxi. A Folha
não conseguiu contatá-la ontem. De acordo com Musa, a
aposentada faz tratamento psiquiátrico e é depressiva, mas
não tem alienação mental, uma
das situações para as quais a
Receita Federal concede isenção de IRPF.
Por causa de sua conduta,
considerada incompatível pelo
estatuto do servidor com a função de funcionário público,
Carvalho será alvo de uma sindicância, terá que apresentar
defesa e pode até perder a aposentadoria, segundo Fernando
Henrique Saito, assessor jurídico do IPM.
Na polícia, foi registrado boletim de ocorrência por dano
ao patrimônio e lesão corporal.
A aposentada deve ser chamada para prestar depoimento.
Segundo Russo e Musa, casos
de agressão, não tão graves como o de ontem, e os de ameaças
sempre acontecem no IPM.
Eles disseram que a presença
da GCM (Guarda Civil Municipal) no prédio é eventual.
"Eles [GCM] pedem para que
a gente chame quando precisar. Mas você acha que dá tempo?", questionou a diretora,
apontando para o ferimento
sofrido no rosto.
Segundo o superintendente
da GCM, André Luiz Tavares, o
prédio do IPM sempre tem
guardas e as faltas são eventuais. "O IPM é considerado
um local prioritário, mas pode
acontecer de o guarda faltar em
função de um problema de saúde. Não temos guardas sobrando fora da escala", afirmou.
A Guarda tem 193 homens
para fiscalizar mais de 500 propriedades da prefeitura, incluindo praças e parques. O
centro, onde está o IPM, tem
patrulhamento de bicicleta,
moto e carro.
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