JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Com apenas dois meses de funcionamento, o Caps-3 (Centro de Atenção Psicossocial), o único serviço ambulatorial de saúde mental que funciona 24 horas por dia em Ribeirão Preto, já atendeu aproximadamente cem pessoas, número considerado expressivo por especialistas, já que a unidade tem somente cinco leitos.
Os leitos são destinados a pessoas portadoras de doença mental que sofrem surtos e que precisam ficar em observação. Segundo o psiquiatra Alexandre Firmo de Souza Cruz, coordenador do Programa de Saúde Mental do município, a inauguração do centro permitiu reduzir uma cena comum que se via nas unidades de saúde de Ribeirão: pacientes em surto -por vezes amarrados- aguardavam dias e até semanas por um leito psiquiátrico em local especializado.
Hoje, a espera caiu para no máximo metade de um dia, segundo o médico. Entretanto, mesmo com o novo centro, ainda há dias em que os cinco leitos estão cheios e existem pacientes nas unidades básicas e distritais aguardando vagas.
"Nós temos ainda na cidade muita demanda por internação. Faltam, a meu ver, leitos psiquiátricos", disse Souza Cruz. Atualmente, há 108 leitos do SUS (Sistema Único de Saúde) para pacientes psiquiátricos no HC (Hospital das Clínicas) e Hospital Psiquiátrico Santa Tereza -as vagas são para o município e a região. A prefeitura prevê ampliar o atendimento no Caps-3, com a inclusão de mais três leitos. Por definição do Ministério da Saúde, o modelo do Caps-3 comporta apenas cinco lugares.
Entretanto, segundo o psiquiatra, outras cidades, como Campinas, conseguiram aumentar a capacidade da unidade, idéia que pretende seguir. O centro conta com um médico psiquiatra, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e farmacêutico.


Texto Anterior: Outro lado: Delegado se recusa a falar sobre o caso
Próximo Texto: Cultura: Dárcy precisa definir ainda neste ano a verba do Carnaval
Índice