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ACONTECE
Show do cantor e compositor baiano, que acontece na quarta no ginásio do Sesc, é destaque da temporada
Caetano mostra "Livro" em São Carlos
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Redação
Caetano Veloso já não é mais
uma unanimidade entre a "inteligência" brasileira. Criticá-lo virou
moda. Seu novo disco, "Livro Vivo", também não se compara aos
álbuns do passado, como "Transa", "Jóia", "Qualquer Coisa",
"Muito", "Cinema Transcendental", e até aos mais recentes, como
"Estrangeiro" e "Circuladô".
Ainda assim, o show que o cantor
e compositor baiano apresenta na
próxima quarta em São Carlos -e
que deve passar por Ribeirão Preto
em breve- será, sem dúvida, um
dos grandes momentos da temporada cultural 98 na região.
Nele, Caetano busca consolidar
uma imagem mais "cool", refinada
pelo modelito do terno e pelos arranjos que misturam a sonoridade
das ruas de Salvador ao jazz das
grandes orquestras norte-americanas. A mistura insólita, sem dúvida, deixou o disco meio chato, o
que não ocorre com o show.
Ao vivo, a banda -formada por
Luiz Brazil (violão), Jorge Helder
(baixo), Rowney Scott (saxofone),
Jonatan Nascimento (trompete)
Roberto Silva (trombone), Ronaldo Silva (bateria) e pelos percussionistas Orlando Costa, Márcio
Victor e Josino Eduardo- e o carisma de Caetano seguram no alto
o espetáculo.
Das canções do novo disco, que
traz 14 faixas, se destacam as inéditas "How Beatiful Could a Being
Be", "Os Passistas", "Livros", "Onde o Rio é Mais Baiano" e "Um
Tom". As demais, incluindo a histérica e prepotente "Não Enche",
pouco acrescentam.
Com a regravação de "Na Baixa
do Sapateiro", de Ari, e com a inédita "Pra Ninguém" Caetano encontra a deixa para, mais uma vez,
homenagear João Gilberto.
Na primeira, Caetano acerta ao
recriar nos metais o magnífico arranjo que João fez, no violão, para
o clássico em seu histórico "álbum
branco" de 73. Diga-se de passagem que a versão de João é melhor,
mas a de Caetano se segura como
justa homenagem.
Já em "Pra Ninguém" Caetano
aproveita ainda para dialogar com
o "Paratodos" de Chico Buarque.
Também nesse caso, a obra buarqueana é superior.
Quem gosta somente do Caetano
da chamada "fase azul", de "Odara", "Leaõzinho" e outros bichos,
talvez não deva ir ao novo show.
Mas os que apreciam a pouca coerência e o sincretismo desse inquieto baiano, sem cobrar-lhe revoluções por minuto, vai encontrar em "Livro Vivo" um bom e revigorado espetáculo.
Show: "Livro Vivo"
Onde: ginásio do Sesc,av. Comendador Alfredo Maffei, 700. Tel:
(016) 272-7555
Quando: Quarta, às 21h30
Quanto: R$ 20, R$ 10 (para usuários do Sesc) e R$ 5 (para comerciários com carteirinha).
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