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Barbieri pretende armar a Guarda Civil
Prefeito eleito de Araraquara diz que vai aumentar a participação dos guardas no combate à violência
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
O prefeito eleito de Araraquara, Marcelo Barbieri
(PMDB), quer aumentar a participação dos guardas civis no
combate à violência na cidade.
Para isso, pretende mandar à
Câmara um projeto para armar
o efetivo da Guarda Municipal
em 2009.
"Infelizmente, Araraquara é
uma cidade que tem ficado
mais violenta e eu pretendo
discutir essa questão. Ainda
que sejam armas não letais, é
preciso dar mais segurança ao
trabalho da Guarda", disse Barbieri. Na semana passada, o
peemedebista anunciou que vai
criar na cidade uma Secretaria
da Segurança, à qual ficarão subordinados os guardas.
Levantamento realizado pela
Folha no início do mês passado
com base nos números da SSP
(Secretaria de Estado de Segurança Pública) aponta que Araraquara ocupa hoje o topo do
ranking da violência na macrorregião de Ribeirão Preto,
considerando apenas os municípios com mais de 50 mil habitantes. Foram 13 assassinatos
nos nove primeiros meses deste ano contra 8 no mesmo período do ano passado, uma alta
de 62,5%.
Segundo o atual comandante
da Guarda Municipal de Araraquara, Nicolau Waldemar
Lambort, os 81 guardas trabalham apenas com equipamentos de proteção pessoal, como
coletes e cassetetes.
"Se você fosse perguntar aos
guardas, eu diria que 70% deles
responderiam que preferem
trabalhar armado. Até porque a
arma tem o lado de dar proteção em um caso eventual de
agressão e você é muito mais
respeitado", disse Lambort.
Entre 2005 e 2008, o número de casos de desacato contra
guardas civis em Araraquara
subiu 191,67% -saltou de 12
para 35, segundo Lambort. Este ano, ocorreram dois casos de
desacato com agressão. Um
guarda levou uma cotovelada
no nariz durante o trabalho em
uma praça pública e outro sofreu luxação no ombro ao ser
agredido durante o trabalho
em um evento esportivo.
De acordo com a lei federal
que regulamenta o porte de arma por guardas civis, Araraquara poderia armar seu efetivo por ter mais de 50 mil habitantes. A possibilidade, no entanto, nunca foi cogitada pela
prefeitura desde a criação da
Guarda Municipal em 2002, de
acordo com Lambort.
"Para a função que a Guarda
Municipal desempenha hoje,
que é de proteger prédios públicos, patrulhamento, não há
necessidade de armas. Mas se
for para aumentar a participação no combate à criminalidade, correr atrás de bandido, aí é
necessário", disse.
O coronel da reserva da PM
(Polícia Militar) José Antônio
Spera, escolhido por Barbieri
para assumir a futura Secretaria da Segurança, disse que o
armamento de guardas é polêmico e não será adotado antes
de a prefeitura abrir debate.
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