Ribeirão Preto, Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2008

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Barbieri pretende armar a Guarda Civil

Prefeito eleito de Araraquara diz que vai aumentar a participação dos guardas no combate à violência

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O prefeito eleito de Araraquara, Marcelo Barbieri (PMDB), quer aumentar a participação dos guardas civis no combate à violência na cidade. Para isso, pretende mandar à Câmara um projeto para armar o efetivo da Guarda Municipal em 2009.
"Infelizmente, Araraquara é uma cidade que tem ficado mais violenta e eu pretendo discutir essa questão. Ainda que sejam armas não letais, é preciso dar mais segurança ao trabalho da Guarda", disse Barbieri. Na semana passada, o peemedebista anunciou que vai criar na cidade uma Secretaria da Segurança, à qual ficarão subordinados os guardas.
Levantamento realizado pela Folha no início do mês passado com base nos números da SSP (Secretaria de Estado de Segurança Pública) aponta que Araraquara ocupa hoje o topo do ranking da violência na macrorregião de Ribeirão Preto, considerando apenas os municípios com mais de 50 mil habitantes. Foram 13 assassinatos nos nove primeiros meses deste ano contra 8 no mesmo período do ano passado, uma alta de 62,5%.
Segundo o atual comandante da Guarda Municipal de Araraquara, Nicolau Waldemar Lambort, os 81 guardas trabalham apenas com equipamentos de proteção pessoal, como coletes e cassetetes.
"Se você fosse perguntar aos guardas, eu diria que 70% deles responderiam que preferem trabalhar armado. Até porque a arma tem o lado de dar proteção em um caso eventual de agressão e você é muito mais respeitado", disse Lambort.
Entre 2005 e 2008, o número de casos de desacato contra guardas civis em Araraquara subiu 191,67% -saltou de 12 para 35, segundo Lambort. Este ano, ocorreram dois casos de desacato com agressão. Um guarda levou uma cotovelada no nariz durante o trabalho em uma praça pública e outro sofreu luxação no ombro ao ser agredido durante o trabalho em um evento esportivo.
De acordo com a lei federal que regulamenta o porte de arma por guardas civis, Araraquara poderia armar seu efetivo por ter mais de 50 mil habitantes. A possibilidade, no entanto, nunca foi cogitada pela prefeitura desde a criação da Guarda Municipal em 2002, de acordo com Lambort.
"Para a função que a Guarda Municipal desempenha hoje, que é de proteger prédios públicos, patrulhamento, não há necessidade de armas. Mas se for para aumentar a participação no combate à criminalidade, correr atrás de bandido, aí é necessário", disse.
O coronel da reserva da PM (Polícia Militar) José Antônio Spera, escolhido por Barbieri para assumir a futura Secretaria da Segurança, disse que o armamento de guardas é polêmico e não será adotado antes de a prefeitura abrir debate.


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