Ribeirão Preto, Terça-feira, 01 de Dezembro de 2009

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Medida é ineficaz e autoritária, diz psicólogo da USP

DA FOLHA RIBEIRÃO

Para educadores e psicólogos, a instalação de câmeras em escolas não resolve a questão da violência escolar e ainda pode motivar reação negativa dos alunos. Os especialistas dizem que o investimento em tecnologia deveria visar a aprendizagem, não a repressão.
"É uma política repressiva e autoritária. Você transforma a escola em uma espécie de sistema prisional, quando a tecnologia deveria ser usada a serviço da produtividade escolar, que é o grande problemas do ensino", afirmou o psicólogo Sérgio Kodato, coordenador do Observatório de Violência da USP de Ribeirão.
Para o também professor da USP Elmir Almeida, que trabalha com políticas públicas de educação, a medida é inócua, se não envolver o debate de outras questões. "Não dá conta da complexidade do problema. É preciso oferecer uma proposta educacional. A medida de controle mostra que a escola admite ser incapaz de dar conta da tarefa de preparar os alunos para a inserção no mundo."
Além de ineficiente, Kodato acredita que o sistema será visto como provocação e pode causar uma violência relativa contra o equipamento, porque em vez de ter acesso à tecnologia, o aluno se sentirá cerceado. "Em escolas mais periféricas, em que a estrutura é precária, com carência de laboratórios, a convivência com o sistema moderno em oposição à realidade vai gerar conflito", afirmou.



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