|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Medida é ineficaz e autoritária, diz psicólogo da USP
DA FOLHA RIBEIRÃO
Para educadores e psicólogos, a instalação de câmeras em
escolas não resolve a questão
da violência escolar e ainda pode motivar reação negativa dos
alunos. Os especialistas dizem
que o investimento em tecnologia deveria visar a aprendizagem, não a repressão.
"É uma política repressiva e
autoritária. Você transforma a
escola em uma espécie de sistema prisional, quando a tecnologia deveria ser usada a serviço
da produtividade escolar, que é
o grande problemas do ensino",
afirmou o psicólogo Sérgio Kodato, coordenador do Observatório de Violência da USP de
Ribeirão.
Para o também professor da
USP Elmir Almeida, que trabalha com políticas públicas de
educação, a medida é inócua, se
não envolver o debate de outras
questões. "Não dá conta da
complexidade do problema. É
preciso oferecer uma proposta
educacional. A medida de controle mostra que a escola admite ser incapaz de dar conta da
tarefa de preparar os alunos para a inserção no mundo."
Além de ineficiente, Kodato
acredita que o sistema será visto como provocação e pode
causar uma violência relativa
contra o equipamento, porque
em vez de ter acesso à tecnologia, o aluno se sentirá cerceado.
"Em escolas mais periféricas,
em que a estrutura é precária,
com carência de laboratórios, a
convivência com o sistema moderno em oposição à realidade
vai gerar conflito", afirmou.
Texto Anterior: Escola instala câmeras para vigiar alunos Próximo Texto: Saiba mais: Prefeitura de Ribeirão vetou equipamentos Índice
|