Ribeirão Preto, Quarta-feira, 01 de Dezembro de 2010

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FOCO

Situação de pobreza atinge 18,5 mil menores, diz estudo

Silva Júnior/Folhapress
A varredora Roseli Meira da Silva com seus quatro filhos na casa onde vive com os pais

DE RIBEIRÃO PRETO

Levantamento inédito do CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente) aponta que 18.577 crianças e adolescentes vivem em condição de vulnerabilidade alta ou muito alta - equivalente a extrema pobreza- em Ribeirão.
O número representa cerca de 12% da população com faixa etária de zero a 18 anos. Esses menores convivem com falta de alimentos, moradia inadequada, acesso precário a educação e saúde, além de violência e, nos casos mais extremos, rompimento do vínculo familiar.
Publicado ontem no "Diário Oficial do Município", o levantamento apontou ainda que 10% do total de domicílios da cidade (145.047) são habitados por famílias com renda mensal de até meio salário mínimo -R$ 255.
No caso da varredora Roseli Meira da Silva, 29, moradora do bairro Branca Salles, a renda ainda não chegou.
Abandonada pelo marido com quatro filhos de 11, 10, 5 e 2 anos, ela espera o primeiro salário numa empresa de reciclagem do bairro para garantir o sustento.
Enquanto isso, a família sobrevive do salário de R$ 600 do pai de Roseli, o também varredor de rua José Freire da Silva Filho, 55.
"Acabei de chegar da Cohab. Fui lá pedir para que eles baixassem o valor da parcela porque R$ 267 é muito pra mim", disse ele, sobre a casa onde a família mora.
A filha contava com auxílio do Bolsa Família, mas um problema na escola com o filho mais velho interrompeu o benefício. "Passamos apertado. Meu filho menor tem anemia e vai precisar de transfusão de sangue. É uma situação muito difícil", disse.
A secretária da Assistência Social de Ribeirão, Maria Sodré, disse que o número de menores em situação de pobreza está superestimado, mas não informou sobre outro levantamento para confrontar os dados. "Temos de fazer um levantamento, mas esse número não é real", diz.


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