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Alunos acusados de racismo são expulsos
Decisão do Centro Universitário Barão de Mauá atinge estudantes que agrediram um auxiliar de serviços em dezembro
Instituição diz que decisão foi tomada após análise de uma comissão especial; advogados têm opiniões diferentes sobre o caso
ARARIPE CASTILHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Os três alunos de medicina
do Centro Universitário Barão
de Mauá de Ribeirão Preto envolvidos em denúncia de racismo foram expulsos da instituição. Emílio Pechulo Ederson,
20, Felipe Giron Trevizani, 21, e
Abrahão Afiune Júnior, 19, são
acusados de agredir e ofender
de forma racista o auxiliar de
serviços gerais Geraldo Garcia,
55, no final do ano passado.
O professor João Alberto de
Andrade Velloso, que até sexta-feira ocupava o cargo de reitor
do centro universitário, assinou o desligamento dos alunos.
Ele disse que a decisão foi tomada após análise da comissão
especial formada para acompanhar o caso.
Os acusados chegaram a ser
presos na época, mas foram liberados após pagamento de
fiança. Os três foram flagrados
por um frentista e dois vigilantes ao baterem com o tapete do
carro nas costas do auxiliar de
serviços gerais, que é negro.
Garcia seguia de bicicleta para o trabalho e, com a força da
pancada, caiu e machucou a coxa, segundo a polícia. A agressão foi em 13 de dezembro, na
avenida Francisco Junqueira.
Como a acusação é referente
a uma atitude dos alunos fora
da faculdade, o professor da
área de direito civil da USP, Rui
Geraldo Camargo Viana, disse
que a decisão da Barão pode ser
considerada "precipitada".
"O estatuto da instituição
tem de tratar da vida dentro da
universidade. A lei já prevê punição para quem tem esse tipo
de conduta", disse Viana.
Já o coordenador da comissão de direitos humanos da
OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil) em Ribeirão, Vanderley
Caixe Filho, discorda.
"Se houve o devido processo
legal na faculdade e os responsáveis entenderam que os estudantes mereciam a punição,
nada mais justo [do que a expulsão]", afirmou.
Para a vítima, o desligamento
dos alunos "foi o mínimo que a
faculdade poderia fazer". Garcia disse que já se recuperou fisicamente, apesar de ainda estar "traumatizado" com o que
aconteceu. "Começando por isso [a expulsão] acredito que a
Justiça também vai tomar a decisão certa", afirmou.
O advogado Carlos Mancini,
que defende os universitários,
afirmou que irá recorrer (leia
texto nesta página).
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