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CRISE NA SAÚDE
Inquérito vai investigar ausência de pediatras em duas unidades de Ribeirão após denúncia
Polícia apura falta de médico em posto
ANGELO SASTRE
free-lance para a Folha Ribeirão
A Polícia Civil de Ribeirão abriu
inquérito para apurar a falta de
pediatras nas UBDS (Unidades
Básicas Distritais de Saúde) do
Castelo Branco e Sumarezinho.
A denúncia à polícia foi feita anteontem pelo vice-presidente do
Sindicato dos Médicos do Nordeste do Estado de São Paulo,
Marcelo Bigal, após constatar a
falta de profissionais nos postos.
O TC (Termo Circunstancial),
que equivale a um BO (Boletim de
Ocorrência), foi lavrado no final
da tarde de anteontem no 2º Plantão Policial, no Campos Elíseos.
De acordo com a entidade, há
cinco semanas que as unidades
estão sem médico no departamento de pediatria durante os
plantões de final de semana.
"Essa situação está ferindo a Lei
Orgânica do Município e o secretário terá que responder por isso",
disse Bigal.
O vice-presidente do sindicato
afirma ainda que a ausência dos
médicos está sendo provocada
pela falta de gerenciamento da Secretaria da Saúde.
Marcelo Bigal diz ainda que a situação está prejudicando a população, principalmente os moradores da periferia.
"Não houve um comunicado
prévio para a população, o que
demonstra a total falta de gerenciamento do sistema de saúde."
Após procurar a unidade do Sumarezinho, da qual é vizinha, a
dona-de-casa Luciana de Campos
Alves, 26, ficou mais de 40 minutos à espera de uma ambulância
que levasse seu filho, de 1 ano e 10
meses, ao Pronto-Socorro Central.
"Meu filho torceu o pé. Eu não
sabia que o posto estava sem pediatra. Agora, tenho que ir até o
centro", afirmou Luciana.
A dona-de-casa Ediméia Loureiro Bachi, 33, também não conseguiu ser atendida anteontem.
Segundo ela, sua filha de 10 meses
estava com febre alta.
"Eu não sabia que estava sem
pediatra e nem perguntei o motivo porque eles dão sempre a mesma desculpa", diz Ediméia.
Outro lado
O secretário municipal da Saúde, Celso Lopes, diz reconhecer a
falta de pediatras nas UBDS do
Castelo Branco e Sumarezinho.
Ele afirma que o problema foi
provocado pelo atraso no pagamento das horas extras.
"As horas extras de maio e junho ainda não foram pagas e ninguém quer fazer plantão."
Sobre a abertura do inquérito
policial, o secretário da Saúde
afirma que o assunto deve ser tratado com a Procuradoria Geral do
Município.
"Eu só respondo pela parte técnica. As demais atitudes desse
pseudo-sindicato serão tratadas
pela Procuradoria Geral", disse
Lopes.
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