DO ENVIADO ESPECIAL DE SÃO CARLOS

Numa atitude inédita em São Carlos, o juiz eleitoral Paulo Cezar Scanavez requisitou ônibus para o transporte dos eleitores que residem na zona rural.
A Justiça Eleitoral calcula que foram transportados cerca de 10 mil pessoas. Essa medida, segundo ele, é para evitar que os eleitores tenham o seu voto influenciado pelos candidatos que faziam o transporte em anos anteriores.
Segundo Leonardo Costa Brandão, 32, que trabalha em uma empresa de tratamento de madeira, os 15 quilômetros existentes entre a sua casa até o local de votação eram feitos a pé. "De vez em quando, a gente pegava uma carona. Às vezes, tinha candidato que buscava a gente", afirmou.
Brandão, que veio votar com a mulher e mais três filhos, mora no condomínio Uirapuru (zona rural). Ele chegou às 12h e aguardava o ônibus que sairia às 17h15. De acordo com o fiscal eleitoral Edilson de Oliveira Santos, 35, em cada veículo viajaram três fiscais para evitar o aliciamento ilegal dos passageiros. Além dos fiscais dos partidos, nos pontos de embarque e desembarque, foram colocados fiscais da justiça para evitar a aproximação de candidatos. "Para que não fizessem uma espécie de boca-de-urna", afirmou Santos.
Segundo ele, o transporte dos eleitores foi dividido em dois horários. De manhã, das 7h às 11h e à tarde, das 12h às 17h15. "Mas veio muita gente de manhã."
O fiscal informou ainda que os 18 veículos requisitados pela Justiça buscavam os eleitores nas fazendas, deixando-os na praça Antônio Prado, no centro. De lá, peruas transportavam os eleitores para os locais mais distantes.
Wanderley Nascimento Lima, 30, que mora na fazenda Santo Antônio do Baixão, disse que acha importante a atitude da Justiça. (RP)

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