Ribeirão Preto, Quarta-feira, 02 de Novembro de 2011

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Cremesp apura suposto abuso em Franca

Conselho Regional de Medicina da cidade abriu sindicância para investigar denúncias contra anestesista

Ministério Público investiga se profissional molestou dois pacientes na Santa Casa e no Hospital São Joaquim

Silva Junior/Folhapress
O superintendente da Santa Casa de Franca, Fernando Bueno Ribeiro, durante entrevista

ANA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL A FRANCA

O Cremesp (Conselho Regional de Medicina) de Franca abriu nesta semana uma sindicância para apurar a conduta do anestesista José Rubens Perani Soares.
O médico é suspeito de abusar sexualmente de dois pacientes da Santa Casa e Hospital São Joaquim. O Ministério Público do Estado também apura o caso, segundo publicou o jornal "Comércio da Franca" no domingo.
Caso seja comprovado o abuso, Soares pode ter o registro profissional cassado. "A questão será conduzida de forma totalmente imparcial", afirmou, por meio de nota, o conselheiro do Cremesp Lavínio Camarim.
Segundo o advogado Ademir de Oliveira, que acompanhou os depoimentos do médico no Ministério Público, ele nega que tenha abusado dos dois pacientes.
A direção da Santa Casa afastou Soares no dia 3 de junho, após receber uma denúncia por escrito de uma técnica de enfermagem. Na declaração, ela afirmou que o anestesista teria tocado a genitália de uma jovem de 15 anos após anestesiá-la para uma cirurgia em junho.
Ao perceber o abuso, a técnica procurou a chefe de enfermagem do hospital, que comunicou o fato à diretoria. Segundo o superintendente da Santa Casa, Fernando Bueno Ribeiro, o médico que prestava serviços para o hospital foi afastado no dia seguinte da denúncia.
"Como o depoimento foi considerado consistente, falamos com a diretoria clínica e afastamos o médico."

HISTÓRICO
Soares prestava serviços para a Santa Casa havia cerca de 25 anos, mas não era contratado. Até junho deste ano, o hospital não havia registrado nenhuma outra denúncia envolvendo o médico.
"Do ponto de vista administrativo, cortamos o vínculo com ele. Passamos para a diretoria clínica para que ela encaminhasse ao Cremesp para providências. Não cabe a nós fazer isso", diz. Segundo Ribeiro, a diretoria e profissionais do corpo clínico do hospital foram chamados a prestar esclarecimentos à Promotoria sobre o caso, que corre em sigilo.
O Hospital São Joaquim informou, por meio de nota, que que não pode se pronunciar publicamente a respeito das denúncias até que todos os fatos estejam apurados.
Ainda segundo a nota, as informações solicitadas foram encaminhadas aos promotores responsáveis pela investigação, mas o hospital não pode revelar nenhum fato que esteja protegido pelo sigilo médico. A reportagem não conseguiu localizar a técnica de enfermagem que fez a denúncia contra o médico -atualmente ela trabalha em uma instituição de Batatais.


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