Ribeirão Preto, Domingo, 03 de Janeiro de 2010

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Mais "baixa", região também abriga rota de cachoeiras

Cidades reúnem ao menos 131 quedas d'água; uma das maiores tem 84 metros

Alguns dos locais são desconhecidos; a maioria das cachoeiras está em propriedades privadas, e donos proíbem o acesso

JULIANA COISSI
ENVIADA A CÁSSIA DOS COQUEIROS E ITUVERAVA

Mesmo longe de estar em áreas montanhosas ou com topografia favorecida como a vizinha Brotas, algumas cidades da região de Ribeirão Preto possuem cachoeiras para praticantes de rapel ou apenas apreciadores da natureza.
Segundo a Aturp (Associação do Turismo Rural de Ribeirão Preto), alguns locais, porém, não possuem infraestrutura ou são desconhecidos do público. Outro impedimento é que a maioria das cachoeiras está em propriedades privadas, e donos proíbem o acesso.
A Secretaria de Estado do Turismo não possui estimativa de cachoeiras no Estado. Mas há pelo menos 131 dessas quedas d'águas na região, principalmente em Cássia dos Coqueiros, Altinópolis, Cajuru, Buritizal, Pedregulho, Batatais, Ituverava e Sales Oliveira.
A maior parte tem entre 5 e 10 metros, mas há exceções. Tida como uma das maiores da região, a cachoeira do Itambé, em Cássia dos Coqueiros, possui 84 m de altura.
A origem do nome segue sua imponência: pedra grande, em tupi guarani. É que a queda d'água se rompe de um paredão de pedra, com Mata Atlântica embaixo, onde ainda se vê animais como onças e capivaras. Ao lado, forma-se outra cachoeira, a Itambezinho, de 68 m.
Nos dias mais movimentados, como sábados e domingos, a fazenda chega a receber de 300 a 400 pessoas, a uma taxa de R$ 5 per capita. Frequentador de cachoeiras no sul de Minas Gerais, o gerente administrativo Gabriel Martini, 21, se mostrou surpreso ao conhecer a Itambé, levado por amigos.
"No Estado de São Paulo, é a primeira que vejo dessa altura, muito bonita", disse.
Em Cássia, existem cerca de 20 quedas d'água. Uma delas, a cachoeira do Rio Cubatão, localiza-se dentro da cidade, com uma queda de 8 m.
A vizinha Cajuru concentra o maior número de cachoeiras na região: são 70, mas s[o uma está aberta ao público. A maioria está em propriedades privadas.
Um caso de desrespeito ocorreu com a Cachoeira do Mangue, de 8 m. O local foi fechado pelo Ministério Público Estadual por degradação. "Havia garrafas e latas no fundo da água, a mata na margem está deteriorada. O dono colocou tapume para fechar, mas há quem desrespeite", disse a diretora de Turismo e Patrimônio, Maria do Carmo Arena.
A única possível de ser visitada é a Cachoeira da Serra, de 15 m. Há uma trilha e, em 2009, foi aberta uma área de camping. Foi criado ainda um restaurante com comida caseira.
Em Altinópolis, do complexo de 35 cachoeiras, todas em terras privadas, só quatro estão abertas à visitação. A mais alta é a Cachoeira do Esmeril, de 72 m, dentro de uma usina da CPFL Paulista. Uma das mais visitadas é a Cachoeira do Vale do Itambé, de 60 m.
Em Buritizal, existem quatro cachoeiras, mas só a mais alta, a Véu das Noivas, de 70 m, pode ser visitada, com trilha e área de camping próximas. Em Batatais, a cachoeira dos Batatais, de 8 m, é administrada pelo município.


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