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SISTEMA CARCERÁRIO 2
Justiça de Ribeirão analisa 41 processos após medida presidencial que pode suspender penas
Três presos são beneficiados por indulto
da Folha Ribeirão
Três presos da Cadeia Pública de
Vila Branca são os primeiros na cidade a receber o indulto (extinção
da pena) concedido em novembro
pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
O juiz Luís Augusto Freire Teotônio, da Vara das Execuções Criminais, autorizou o benefício na semana passada, mas o cartório ainda não notificou a cadeia.
Os processos dos detentos beneficiados chegariam na última
quarta-feira à Promotoria. Em seguida, deve passar pelo cartório e
depois a cadeia será avisada da decisão.
Os três presos fazem parte de
uma lista com 41 nomes, relacionada pela Funap (Fundação de Amparo ao Preso), que foi enviada ao
fórum no início de dezembro.
O indulto pode ser concedido aos
presos com pena de até seis anos
de reclusão, desde que sejam primários e tenham cumprido um
terço do tempo até 25 de dezembro
do ano passado. Também podem
receber o benefício presos que estão em liberdade condicional.
"O indulto não vale para quem
cometeu crime considerado hediondo, como tráfico de drogas e
sequestro", afirma o promotor
Djalma Marinho Cunha Filho, da
Vara das Execuções Criminais.
Para os detentos que receberam
penas superiores a seis anos, há
outros requisitos, como ter cometido o crime aos 21 anos ou sofrer
de moléstia grave, como ser portador do vírus da Aids. Nesse caso, o
preso tem de cumprir no mínimo
um terço da pena.
Segundo o promotor, cerca de
1.900 processos da Vara das Execuções Criminais serão reavaliados
nos próximos meses.
O indulto foi criado por meio do
decreto 2.838 de 8 de novembro de
98, assinado pelo presidente.
"O benefício deste ano foi facilitado porque não há mais necessidade de o conselho penitenciário
se manifestar. Parece mais uma
medida para liberar prisões do que
ressocializar presos", afirma Cunha Filho.
Em anos anteriores, de acordo
com o promotor, quando presidentes assinaram indultos semelhantes, conselheiros tinham a
obrigação de analisar o comportamento dos detentos.
Os nomes dos presos que receberam a anistia de pena não foram
divulgados porque a notificação
não chegou à cadeia e poderia haver problemas disciplinares.
Os 41 nomes relacionados pela
Funap são de pessoas que deveriam estar cumprindo pena em
presídios semi-abertos. "Por falta
de vagas, eles estão em Vila Branca", disse o advogado Giulio Cesare Salvatore Palumbo, da Funap.
A promotoria e a Funap não têm
estimativa sobre a quantidade de
presos que podem receber o indulto. O benefício vale apenas para
quem teve a condenação definida.
(ALESSANDRO SILVA)
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