Ribeirão Preto, Domingo, 03 de Abril de 2011

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Cidade lucra com o 'custo São Paulo'

Grandes empresas transferem estrutura para o interior em busca de mais produtividade e qualidade de vida
PwC de Ribeirão Preto processa folha de pagamento do McDonald's; Nestlé local atua para 21 países

Márcia Ribeiro/Folhapress
Oton Cabral Gonçales, superintendente estadual do BB

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Há cinco anos, a multinacional suíça Nestlé avaliava quatro cidades -duas capitais de países- para instalar seu centro administrativo para a América Latina (NBS Latam, na sigla em inglês). Escolheu Ribeirão Preto.
Os principais fatores para a escolha, segundo a empresa, foram a infraestrutura de serviços, transportes, saúde e educação, esta última favorecida pela rede de universidades e centros de pesquisa para geração de tecnologia e mão de obra qualificada.
Como a Nestlé, outras empresas migraram seus departamentos da capital paulista para o interior em busca de maior produtividade, o que inclui melhor condição de vida aos funcionários e custos inferiores aos de São Paulo. São elas a PwC (PricewaterhouseCoopers) e a Bayer CropScience.
Explica-se: o "custo São Paulo", que inclui aluguel, imóveis e salários, por exemplo, é bem mais alto na capital do que aqui.
Em Ribeirão, uma sala comercial em área nobre custa, para venda, R$ 6.000 o m2, em média. Na capital, pode chegar a R$ 14 mil, também em região rica.
O centro administrativo da Nestlé emprega 420 trabalhadores que falam fluentemente português, inglês e espanhol, e trabalham para garantir as finanças e os recursos humanos da empresa em 21 países da América Latina.
A Bayer CropScience, uma das líderes mundiais em ciência agrícola e saúde ambiental, escolheu Ribeirão para abrigar uma das três diretorias descentralizadas no Brasil. Hoje, a unidade atende às regiões Sudeste, Nordeste e Norte do país.
Para o professor Alberto Borges Matias, a mão de obra especializada é um forte da cidade, graças a instituições como a FEA/USP, onde leciona. "A essência da USP em Ribeirão era biomédica. A FEA só chegou em 1992 para dar um novo rumo."

CONTA DO MCDONALD'S
A PwC transferiu sua unidade de outsourcing -de prestação de serviços contábeis e tributários -para Ribeirão e, em dois anos, aumentou o número de funcionários do setor de 15 para 60.
A unidade de Ribeirão da PwC é responsável, por exemplo, por processar a folha de pagamento do McDonald's do todo o Brasil e toda parte contábil e tributária dos gigantes Google e Apple.
"Ribeirão se profissionalizou e especializou rapidamente, e hoje já exportamos mão de obra", disse Ricardo Dias Martins, sócio da PwC.
Na esteira da descentralização, até um banco optou por Ribeirão. Em 2006, o Banco do Brasil transferiu sua segunda superintendência estadual da capital para a cidade. A decisão foi histórica. "Com a medida, ganhamos agilidade e proximidade com os negócios", disse o superintendente estadual do banco em Ribeirão, Oton Cabral Gonçales.


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