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Justiça é considerada ruim por advogados, diz estudo
Profissionais dão ao Judiciário nota 34,68 em escala que vai de zero a cem
Ineficiência e lentidão da Justiça foram citadas na pesquisa coordenada pela Fundace, da USP, com 706 advogados
VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO
A Justiça brasileira é considerada ruim até por quem
atua diretamente no setor.
Para os advogados, numa escala de zero a cem, o Judiciário tem 34,68 no "Índice de
Confiança na Justiça sob a
Percepção de Advogados do
Estado de São Paulo".
A pesquisa foi publicada
ontem pela Fundace (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia), coordenada por professores da FEA-RP (Faculdade
de Economia, Administração
e Contabilidade de Ribeirão
Preto), da USP.
Segundo os coordenadores da pesquisa e professores
do departamento de contabilidade da FEA-RP, Marco Aurélio Gumieri Valério e Cláudio de Souza Miranda, o índice é considerado muito ruim
se for verificada a percepção
dos advogados para os próximos cinco anos.
Dos 706 entrevistados em
todo o Estado, apenas 50,4%
afirmaram que a Justiça estará melhor (48%) ou muito
melhor (2,4%) daqui a cinco
anos. O restante afirma que
estará pior (36,5%) ou muito
pior (13%) no período.
Entre outros indicadores,
o estudo revelou que 87,9%
acreditam que a Justiça é
pouco ou nada eficiente.
Quanto à igualdade de tratamento, 80,5% dos advogados afirmaram que o tratamento não é igual a todos.
Já no quesito honestidade,
50,6% acham que a Justiça é
honesta ou muito honesta e
49,4% nada ou pouco honesta. A lentidão, velha conhecida do Judiciário, foi quase
uma unanimidade -99%
disseram que a Justiça é lenta
ou muito lenta.
REPERCUSSÃO
Para o desembargador do
TJ (Tribunal de Justiça) do Estado de São Paulo, Décio Notarangeli, a pesquisa aponta
a necessidade de discussão
sobre qual Justiça a sociedade quer. Segundo ele, é preciso um debate mais racional
sobre os níveis de recurso.
Já para o conselheiro do
CNJ (Conselho Nacional de
Justiça), Milton Nobre, os
pontos criticados na pesquisa estão sendo combatidos e
"os resultados podem ser vistos agora se comparados com
os últimos cinco anos".
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