Ribeirão Preto, Sexta-feira, 04 de Fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Aedes sobrevive em água com sal, óleo e até graxa Estudo quebra mito sobre resistência do inseto transmissor da dengue Governo e população desconhecem possíveis criadouros, como os recipientes com tinta ou cal, alerta pesquisadora HÉLIA ARAUJO DE RIBEIRÃO PRETO O mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, está se desenvolvendo em ambientes sujos e até em água salgada. A conclusão é da pesquisadora Marylene de Brito Arduino, da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) de São Paulo. Um estudo realizado por Marylene em São Sebastião, no litoral norte, mostrou que larvas do mosquito foram encontradas em recipientes com água com resíduos de sal e até em outros com produtos como graxa, tinta, cal e óleo combustível. Dos 1.325 pontos com larvas de Aedes analisados, 323 estavam em água com algum tipo de salinidade -resíduos de sal ou produtos químicos. Segundo Marylene, o resultado da pesquisa mostra que é preciso se preocupar com os possíveis criadouros antes ignorados pela população, como latas de tinta e pneus com resto de óleo. "O mosquito está evoluindo. Todas as espécies tentam manter sua população. Se não encontram o ambiente que preferiam antes, acabam se adaptando ao que existe. É a luta pela sobrevivência." No estudo, um pneu encontrado na beira da praia tinha água, óleo e dezenas de larvas do mosquito. Marylene diz, porém, que ter encontrado larvas do Aedes em água com sal não significa que o inseto possa se reproduzir no mar. Um litro de água do mar, explica ela, tem 33 gramas de sal. No estudo, foram achadas larvas em água com 13 gramas de sal para um litro. Ela está testando, no entanto, qual o limite de salinidade que as larvas suportam para se desenvolver. "O sal mata as larvas do Aedes e continuamos recomendando seu uso no combate aos criadouros." O virologista da Unifesp Celso Francisco Granato, especialista em dengue, afirma que não tinha conhecimento desta adaptação do mosquito, mas não se surpreende com a possibilidade. "Ele [Aedes] prefere água limpa e parada. No entanto, trata-se de um mosquito de grande facilidade de adaptação, o que certamente possibilita que procure novos locais de reprodução." Texto Anterior: Painel Regional Próximo Texto: Minas Gerais: Criadouro de dengue fecha escola Índice | Comunicar Erros

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