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EDUCAÇÃO PARA POUCOS 4
Também aumentou proporção de estudantes da USP que nasceram em outras cidades da região
Cresce número de alunos de Ribeirão
DA FOLHA RIBEIRÃO
O número de alunos nascidos
em Ribeirão Preto ou cidades da
região (até 100 km de distância)
na USP (Universidade de São
Paulo) aumentou, segundo pesquisa entre os calouros.
O número de ribeirão-pretanos
chegou a 22%, índice que não era
atingido desde 1993, primeiro ano
em que foi realizada a pesquisa da
instituição. Em 1998, o número
era de 21%, caiu em 1999 -chegando a 16%-, mas no ano passado atingiu 18%.
Já os moradores de cidades da
região chegaram a 19%, contra
15% do ano de 2000.
Além disso, o número de calouros que moravam em Ribeirão ou
região no ano passado e fizeram
cursinhos preparatórios para a faculdade também subiu.
A taxa entre os que moravam
em Ribeirão pulou de 31% para
36% e, entre os que habitavam na
região, de 15% para 20%.
Tatiane Mendes Gonçalves de
Oliveira, 18, mora em Sertãozinho
e faz cursinho em Ribeirão Preto
desde o ano passado. Neste ano,
ela entrou no curso de medicina e
pretende viajar todos os dias entre
as duas cidades para dormir em
casa. "É uma rotina que faço desde a época do vestibular e eu prefiro assim. É melhor voltar para a
casa dos pais."
Juntamente com esse dado, soma-se o fato de que 75% dos ingressantes na universidade neste
ano passaram por cursinho, sendo que 13% deles ficaram mais de
três anos se preparando para entrar na faculdade (contra 8% no
ano passado).
Para o educador Carlos da Fonseca Brandão, os dados do aumento do "regionalismo" refletem não só o crescimento no número de faculdades em outras cidades como é um reflexo da piora
na qualidade de ensino.
"Isso porque os dois se completam. O número de pessoas que fazem cursinho cresce progressivamente. Assim, os alunos procuram uma cidade maior, onde haja
mais qualidade de ensino e acabam vindo para Ribeirão."
Para Brandão, a regionalização
é, no entanto, parcial, pois se dá
somente em alguns cursos específicos. "No caso de medicina, por
exemplo, ou odontologia, cursos
concorridos em todo o país, é fácil
notar que a média de alunos de
Ribeirão ou região cai. Já em economia, administração ou contabilidade a diferença é grande,
sempre há mais nativos."
Para o professor, o pólo econômico da região acaba por trazer
pessoas que vêm trabalhar e estudar na cidade. "Por isso a necessidade da criação de diversos cursos noturnos ou de um período,
como há em Ribeirão. Assim, os
alunos podem satisfazer a necessidade econômica e a intelectual
ao mesmo tempo."
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