Ribeirão Preto, Domingo, 04 de Março de 2001

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EDUCAÇÃO PARA POUCOS 4
Também aumentou proporção de estudantes da USP que nasceram em outras cidades da região
Cresce número de alunos de Ribeirão

DA FOLHA RIBEIRÃO

O número de alunos nascidos em Ribeirão Preto ou cidades da região (até 100 km de distância) na USP (Universidade de São Paulo) aumentou, segundo pesquisa entre os calouros.
O número de ribeirão-pretanos chegou a 22%, índice que não era atingido desde 1993, primeiro ano em que foi realizada a pesquisa da instituição. Em 1998, o número era de 21%, caiu em 1999 -chegando a 16%-, mas no ano passado atingiu 18%.
Já os moradores de cidades da região chegaram a 19%, contra 15% do ano de 2000.
Além disso, o número de calouros que moravam em Ribeirão ou região no ano passado e fizeram cursinhos preparatórios para a faculdade também subiu.
A taxa entre os que moravam em Ribeirão pulou de 31% para 36% e, entre os que habitavam na região, de 15% para 20%.
Tatiane Mendes Gonçalves de Oliveira, 18, mora em Sertãozinho e faz cursinho em Ribeirão Preto desde o ano passado. Neste ano, ela entrou no curso de medicina e pretende viajar todos os dias entre as duas cidades para dormir em casa. "É uma rotina que faço desde a época do vestibular e eu prefiro assim. É melhor voltar para a casa dos pais."
Juntamente com esse dado, soma-se o fato de que 75% dos ingressantes na universidade neste ano passaram por cursinho, sendo que 13% deles ficaram mais de três anos se preparando para entrar na faculdade (contra 8% no ano passado).
Para o educador Carlos da Fonseca Brandão, os dados do aumento do "regionalismo" refletem não só o crescimento no número de faculdades em outras cidades como é um reflexo da piora na qualidade de ensino.
"Isso porque os dois se completam. O número de pessoas que fazem cursinho cresce progressivamente. Assim, os alunos procuram uma cidade maior, onde haja mais qualidade de ensino e acabam vindo para Ribeirão."
Para Brandão, a regionalização é, no entanto, parcial, pois se dá somente em alguns cursos específicos. "No caso de medicina, por exemplo, ou odontologia, cursos concorridos em todo o país, é fácil notar que a média de alunos de Ribeirão ou região cai. Já em economia, administração ou contabilidade a diferença é grande, sempre há mais nativos."
Para o professor, o pólo econômico da região acaba por trazer pessoas que vêm trabalhar e estudar na cidade. "Por isso a necessidade da criação de diversos cursos noturnos ou de um período, como há em Ribeirão. Assim, os alunos podem satisfazer a necessidade econômica e a intelectual ao mesmo tempo."



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