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FÁBIO SOARES
Interior de dar inveja
VALE MAIS ter um salário astronômico e um ritmo de vida frenético, voltado
quase exclusivamente ao trabalho, ou viver de ganhos medianos -contudo bem acima da
média nacional-, com tempo
livre ao desfrute do lazer, da
convivência familiar e dos amigos?
O atacante França, do São
Paulo, não trocaria seu holerite,
mas disse recentemente invejar
jogadores do interior do Estado.
Com partidas só aos finais de semana neste Campeonato Paulista, o artilheiro externou sua
vontade de estar mais tempo no
aconchego do lar, como seus colegas de clubes mais modestos.
No São Paulo, finalista do Rio-São Paulo, o despeito de França
é compartilhado pelo grupo.
Profissionalmente, as vantagens de jogar uma vez por semana são indiscutíveis. Menos contusões e menos estresse. O atacante tem lá suas razões.
Mas por que a discussão agora? Depois da choradeira referente ao maior número de jogos
no interior este ano e da tentativa de mudança de horário dos
jogos visando fugir do calor,
agora vem a ladainha sobre as
melhores condições de trabalho
dos atletas dos times pequenos.
Inconscientemente, talvez, seja
o início da série de desculpas para explicar a ausência hoje do
trio-de-ferro entre os quatro primeiros colocados.
Não quero cravar já que os
três estarão de fora das finais,
mas não prevejo todos dentro.
Hoje, pela ordem, entrariam
Santos, Ponte Preta, São Caetano e Rio Branco. Bom lembrar:
cada equipe joga 15 vezes na primeira fase, ou seja, ao final da
rodada de hoje, todos terão
cumprido quase metade dos
compromissos.
Pelo desempenho dos grandes
da capital até agora, a inveja de
França deve ter mais a ver com
a tábua de classificação do que
com o jogo a mais que vem fazendo por semana.
E-mail fluiz@folhasp.com.br
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