Ribeirão Preto, Domingo, 04 de Março de 2001

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FÁBIO SOARES
Interior de dar inveja

VALE MAIS ter um salário astronômico e um ritmo de vida frenético, voltado quase exclusivamente ao trabalho, ou viver de ganhos medianos -contudo bem acima da média nacional-, com tempo livre ao desfrute do lazer, da convivência familiar e dos amigos?
O atacante França, do São Paulo, não trocaria seu holerite, mas disse recentemente invejar jogadores do interior do Estado. Com partidas só aos finais de semana neste Campeonato Paulista, o artilheiro externou sua vontade de estar mais tempo no aconchego do lar, como seus colegas de clubes mais modestos. No São Paulo, finalista do Rio-São Paulo, o despeito de França é compartilhado pelo grupo.
Profissionalmente, as vantagens de jogar uma vez por semana são indiscutíveis. Menos contusões e menos estresse. O atacante tem lá suas razões.
Mas por que a discussão agora? Depois da choradeira referente ao maior número de jogos no interior este ano e da tentativa de mudança de horário dos jogos visando fugir do calor, agora vem a ladainha sobre as melhores condições de trabalho dos atletas dos times pequenos. Inconscientemente, talvez, seja o início da série de desculpas para explicar a ausência hoje do trio-de-ferro entre os quatro primeiros colocados.
Não quero cravar já que os três estarão de fora das finais, mas não prevejo todos dentro. Hoje, pela ordem, entrariam Santos, Ponte Preta, São Caetano e Rio Branco. Bom lembrar: cada equipe joga 15 vezes na primeira fase, ou seja, ao final da rodada de hoje, todos terão cumprido quase metade dos compromissos.
Pelo desempenho dos grandes da capital até agora, a inveja de França deve ter mais a ver com a tábua de classificação do que com o jogo a mais que vem fazendo por semana.

E-mail fluiz@folhasp.com.br



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