Ribeirão Preto, Quinta-feira, 04 de Junho de 2009

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Região suspende 700 exames de diagnóstico

Problema deve-se à falta de um tipo de material radioativo

GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

O HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão, o Hospital de Câncer de Barretos e a Santa Casa de Franca suspenderam os exames de cintilografia -todos aqueles com radioatividade-, que servem para diagnosticar e acompanhar vários tipos de doenças. A suspensão deve durar ao menos uma semana, período em que as três unidades atendem cerca de 700 pessoas.
O problema, que afeta o Brasil e outros países, deve-se à escassez de molibdênio, substância radioativa usada na fabricação do gerador de tecnécio, material usado em exames que detectam problemas de coração e acompanham a evolução do câncer, por exemplo.
Há duas semanas, o fornecedor do material no Brasil, a MDS Nordion, do Canadá, teve problemas em seu reator nuclear, que produz o molibdênio -deve ficar parado três meses.
"É muito grave porque, com base nesse exame, o médico sabe como tratar determinada doença", disse o chefe do departamento de medicina nuclear do Hospital de Câncer, Euclides Timóteo da Rocha, líder na região em cintilografias, com 1.900 ao mês, em média.
Segundo Nilson Dias Vieira Junior, superintendente do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), que distribui o gerador de tecnécio no país, um acordo feito ontem com a Comissão de Energia Nuclear da Argentina permitirá que o Brasil compre o molibdênio do país vizinho, que tem um pequeno reator usado apenas para a própria demanda.
A quantidade de material que o Ipen buscará na Argentina equivale a 30% da demanda brasileira. Na segunda, o Ipen deve iniciar a distribuição de tecnécio, mas a situação só será sanada em duas semanas. Hoje, cerca de 300 hospitais e clínicas do país -199 hospitais públicos- fazem cintilografias. O país comprará thalio, que substitui o molibdênio em alguns exames, como os cardíacos.


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