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Software da USP detecta vazamentos em dutos
Pesquisador afirma que sistema pode ajudar a evitar desastres ambientais
Inteligência artificial é usada para identificar ruídos de vazamentos, como o que ocorreu
no Golfo do México
HÉLIA ARAUJO
ENVIADA ESPECIAL A SÃO CARLOS
Desde abril o mundo assiste a um dos maiores desastres ambientais de todos os
tempos. Milhares de litros de
óleo foram derramados nas
águas do Golfo do México e
se espalharam pela costa sudeste dos Estados Unidos
desde que uma plataforma
de petróleo explodiu.
Parte disso poderia ter sido
evitada se os dutos por onde
o óleo passa tivessem um sistema de detecção eficiente de
vazamentos. Um software
desenvolvido pela Escola de
Engenharia de São Carlos, da
USP, pode ser um aliado para
evitar desastres.
O sistema utiliza inteligência artificial para identificar
ruídos específicos de vazamentos e pode tomar decisões, como desligar equipamentos, caso necessário.
Desenvolvido pela equipe
do professor Paulo Seleghim
Júnior, o software passou por
3.000 simulações de escoamento num oleoduto piloto,
antes de ser vendido e patenteado por uma empresa de
São Carlos.
"Todas as simulações nos
testes em laboratório tiveram
o índice de acerto de 100%.
No caso do vazamento no
Golfo do México, por exemplo, o software poderia detectar antecipadamente o vazamento, podendo diminuir
as consequências do desastre", disse Seleghim.
A grande novidade do software é a rede neural (ou inteligência artificial). O sistema
é inspirado na forma como os
neurônios funcionam e permite saber qual é o ruído emitido durante um vazamento
de óleo ou de gás.
"É como se colocássemos
milhares de microfones num
estádio lotado de futebol e
um software buscasse a frase
"viva Osama bin Laden".
Qualquer um que falasse esse conjunto de palavras seria
detectado."
De acordo com o professor, o software é instalado
nas extremidades dos dutos
e é programado para buscar
exatamente os ruídos característicos do vazamento.
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