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Câmara decide "inocentar" Italiano
Em sessão que durou cerca de seis horas, vereadores rejeitaram comissão contra prefeito e vice de Bebedouro
Seis votos foram a favor de investigação contra o prefeito, mas abertura de comissão exige sete votos de vereadores
HÉLIA ARAUJO
ENVIADA ESPECIAL A BEBEDOURO
A Câmara de Bebedouro
rejeitou na madrugada de
ontem a proposta de abertura de uma CP (Comissão Processante) contra o prefeito
João Batista Bianchini, o Italiano (PV), e o seu vice, João
Gustavo Spido (sem partido).
As investigações da comissão poderiam levar Italiano e
Spido à cassação.
A sessão teve duração de
cerca de seis horas, e cinco
denúncias contra prefeito e
vice foram lidas e votadas.
Seis vereadores votaram a favor da abertura da CP, mas,
segundo o regimento da Casa, seriam necessários pelo
menos sete votos.
O primeiro pedido de cassação contra Italiano foi de
Ari Alves de Souza Filho, ex-candidato a vereador da coligação que elegeu o prefeito
em 2008.
Impedido de entrar para
assistir à votação, Souza estava revoltado com a situação. "Onde já se viu uma coisa dessas? É um absurdo eu
não poder assistir à minha
própria denúncia."
As denúncias contra Italiano foram apresentadas com
base nas investigações feitas
pela Promotoria e pela polícia, em decorrência da Operação Cartas Marcadas, em
maio, que culminou com a
prisão de integrantes do governo sob acusação de fraudes em licitações.
Boa parte das galerias da
Câmara estava ocupada por
pessoas ligadas ao prefeito.
Segundo a Folha apurou,
durante a tarde já havia uma
fila de pessoas, a maioria de
origem humilde, em frente
ao Legislativo, pois só haveria 66 lugares.
Pouco antes de a sessão
começar, os ocupantes da fila foram substituídos por
pessoas ligadas a Italiano,
quase todos assessores.
Eles usavam adesivos com
frases ""Italiano vamos à luta", "Italiano estamos com
você" e "Amo Bebedouro estou com Italiano".
Quem não conseguiu entrar se revoltou. "Armaram
para que a população que
não concorda com as atitudes do prefeito não assistisse", disse o comerciante José
Laurindo de Souza, 42.
A demora na leitura das
denúncias, porém, fez com
que nem todos os aliados de
Italiano aguentassem. Por
volta da 0h, cerca de dez pessoas dormiam nas galerias. A
sessão só terminou às 2h30.
Para evitar tumultos perto
da Câmara, a rua foi fechada
e policiais fizeram a segurança. O telão que ficaria em
frente à Casa não foi colocado por ordem da PM.
O presidente da Câmara,
José Baptista de Carvalho Neto (PDT), o Chanel, também
teve duas denúncias contra
ele protocoladas e lidas durante a sessão.
Em uma delas, Italiano o
acusava de manobrar para
assumir a prefeitura. A leitura das denúncias levou cerca
de duas horas e ambas também foram rejeitas pelos vereadores.
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