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MEC "reprova" 20% dos cursos superiores
28 dos 138 cursos avaliados pelo MEC nas universidades da região tiveram conceito 2 no Enade, cuja escala vai de 1 a 5
Só dois cursos de letras da Unesp e UFSCar tiveram o conceito máximo; a maioria obteve nota 3, de rendimento médio
LUCAS REIS
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Dois em cada dez cursos de
graduação de universidades e
faculdades da região de Ribeirão Preto avaliados pelo Enade
(Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), em 2008,
tiveram desempenho considerado ruim, apontam dados que
serão divulgados hoje pelo Ministério da Educação (MEC).
Dos 138 cursos analisados, 28
(ou 20,2%) obtiveram conceito
2, em escala que vai até 5. Na região, a nota 3 foi a mais comum:
73 cursos, ou 41,2%, tiverem
desempenho médio. Outros 32
cursos (23,1%) obtiveram 4.
Apenas os cursos de letras, da
Unesp de Araraquara e da UFSCar, tiraram 5. Os que tiveram
notas 1 e 2 serão visitados pelo
MEC.
Não é apenas a nota no Enade que forma o conceito de cada
curso. O índice, chamado CPC
(Conceito Preliminar de Curso), é calculado com a nota do
Enade (peso 4), o Indicador de
Diferença de Desempenho
(IDD) (que mede o conhecimento agregado pelo aluno durante o curso, com peso 3) e
mais três variáveis: infraestrutura, corpo docente e projeto
político-pedagógico.
Como esse índice foi criado
apenas no ano passado, é impossível comparar as notas
com o Enade 2005, que avaliou
os mesmos cursos de 2008.
Segundo o educador José
Marcelino de Rezende Pinto,
da USP de Ribeirão, mais importante do que classificar os
cursos por notas, o MEC precisa fazer vistorias nas faculdades. "O indicador é importante,
mas acho mais valioso que as
escolas sejam visitadas, os alunos sejam entrevistados e os
ex-alunos, acompanhados."
Em 2008, foram avaliados os
cursos de arquitetura, biologia,
ciências sociais, computação,
engenharia, filosofia, física,
geografia, história, letras, matemática e química.
Para Glauco Eduardo Cortez,
reitor do Centro Universitário
Moura Lacerda, embora o curso de engenharia civil tenha sido reprovado, o IDD 3 mostra
que os alunos adquiriram conhecimento ao longo do curso.
"Recebemos, na maioria das
vezes, alunos com deficiência
de aprendizado e oferecemos
aulas extras para suprir a deficiência que eles trazem, principalmente, do ensino médio."
Francisco Logatti Filho, diretor da Fiar (Faculdades Integradas de Araraquara), afirmou
que vai investigar o motivo da
reprovação. "Até porque essa
não é uma escola que nasceu
em função do crescimento dos
cursos superiores no Brasil."
Outras universidades procuradas não quiseram se manifestar. Alegaram que ainda não receberam a avaliação.
Veja a relação completa
www.folha.com.br/0924614
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