Ribeirão Preto, Sexta-feira, 04 de Setembro de 2009

Próximo Texto | Índice

MEC "reprova" 20% dos cursos superiores

28 dos 138 cursos avaliados pelo MEC nas universidades da região tiveram conceito 2 no Enade, cuja escala vai de 1 a 5

Só dois cursos de letras da Unesp e UFSCar tiveram o conceito máximo; a maioria obteve nota 3, de rendimento médio


LUCAS REIS
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Dois em cada dez cursos de graduação de universidades e faculdades da região de Ribeirão Preto avaliados pelo Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), em 2008, tiveram desempenho considerado ruim, apontam dados que serão divulgados hoje pelo Ministério da Educação (MEC).
Dos 138 cursos analisados, 28 (ou 20,2%) obtiveram conceito 2, em escala que vai até 5. Na região, a nota 3 foi a mais comum: 73 cursos, ou 41,2%, tiverem desempenho médio. Outros 32 cursos (23,1%) obtiveram 4.
Apenas os cursos de letras, da Unesp de Araraquara e da UFSCar, tiraram 5. Os que tiveram notas 1 e 2 serão visitados pelo MEC.
Não é apenas a nota no Enade que forma o conceito de cada curso. O índice, chamado CPC (Conceito Preliminar de Curso), é calculado com a nota do Enade (peso 4), o Indicador de Diferença de Desempenho (IDD) (que mede o conhecimento agregado pelo aluno durante o curso, com peso 3) e mais três variáveis: infraestrutura, corpo docente e projeto político-pedagógico.
Como esse índice foi criado apenas no ano passado, é impossível comparar as notas com o Enade 2005, que avaliou os mesmos cursos de 2008. Segundo o educador José Marcelino de Rezende Pinto, da USP de Ribeirão, mais importante do que classificar os cursos por notas, o MEC precisa fazer vistorias nas faculdades. "O indicador é importante, mas acho mais valioso que as escolas sejam visitadas, os alunos sejam entrevistados e os ex-alunos, acompanhados."
Em 2008, foram avaliados os cursos de arquitetura, biologia, ciências sociais, computação, engenharia, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática e química. Para Glauco Eduardo Cortez, reitor do Centro Universitário Moura Lacerda, embora o curso de engenharia civil tenha sido reprovado, o IDD 3 mostra que os alunos adquiriram conhecimento ao longo do curso.
"Recebemos, na maioria das vezes, alunos com deficiência de aprendizado e oferecemos aulas extras para suprir a deficiência que eles trazem, principalmente, do ensino médio." Francisco Logatti Filho, diretor da Fiar (Faculdades Integradas de Araraquara), afirmou que vai investigar o motivo da reprovação. "Até porque essa não é uma escola que nasceu em função do crescimento dos cursos superiores no Brasil." Outras universidades procuradas não quiseram se manifestar. Alegaram que ainda não receberam a avaliação.

Veja a relação completa

www.folha.com.br/0924614


Próximo Texto: Enade: Cursos da USP ficam fora de avaliação do MEC
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.