Ribeirão Preto, Sexta-feira, 04 de Setembro de 2009

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Vigilância fecha clínica de hemodiálise

Foram detectados problemas na água e de falta de higiene; 130 pacientes serão distribuídos em unidades de Ribeirão

Reabertura é condicionada ao cumprimento de termos propostos em TAC, que incluem a reforma e a adequação da clínica


DA FOLHA RIBEIRÃO

A Vigilância Sanitária e o Ministério Público Estadual determinaram o fechamento preventivo da Clínica Lund, em Ribeirão, que realiza sessões de hemodiálise e pertence ao ex-superintendente do Sassom (Serviço de Assistência à Saúde dos Municipiários) Yussif Ali Mere Júnior. Foram encontrados problemas de higiene, nos equipamentos e com a água utilizada nos procedimentos.
Anexada ao hospital Beneficência Portuguesa, a clínica é uma das quatro de Ribeirão Preto que fazem o serviço de hemodiálise via SUS (Sistema Único de Saúde). A Lund também faz o procedimento por meio de convênio, além de atendimentos particulares.
Os 130 pacientes que fazem o procedimento no local serão distribuídos, a partir de segunda-feira, para as outras unidades de hemodiálise de Ribeirão, em sessões noturnas.
A Promotoria formalizou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com Mere Júnior, que se comprometeu a, num prazo aproximado de um mês, adequar a clínica para que a hemodiálise possa voltar a ser realizada. O médico também mantém unidades da Lund no hospital São Paulo e no Sanatorinhos, em Itú, além de negociar uma unidade com a Prefeitura de São José do Rio Pardo.
Segundo a secretária da Saúde, Carla Palhares, não há risco imediato aos pacientes que fizerem hemodiálise no local entre hoje e segunda-feira. "Se houvesse risco aos pacientes, a clínica seria fechada imediatamente. Mas, potencialmente, se não for adequada, o serviço poderia oferecer riscos aos usuários", disse a secretária, que não detalhou os problemas que foram verificados, mas confirmou as irregularidades.
Nas outras unidades da Lund, segundo Carla, não foram encontrados problemas.
Segundo a secretária, os pacientes que serão distribuídos terão transporte gratuito aos novos locais. "A ideia é não atrapalhar a vida de ninguém. Alguns pacientes até preferiram o turno da noite, que às vezes vai até a 1h", disse.
O diretor-técnico da Beneficência Portuguesa, José Victor Nonino, disse que o serviço de hemodiálise é terceirizado e tem autonomia sobre questões de equipamento, higiene e segurança. "Eu desconhecia o problema, mas vou verificar amanhã [hoje] o que está ocorrendo no local", disse.
A Folha procurou Yussif Ali Mere Júnior ontem, mas não obteve resposta. Deixou recado na secretária eletrônica dele e foi informada de que o médico está viajando. A reportagem também procurou o promotor Sebastião Sérgio da Silveira, via e-mail, sem sucesso.
(LUCAS REIS)


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