|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bares que servem picanha, cupim e outros tipos de carne se multiplicam em Ribeirão Preto e começam a tomar o lugar dos tradicionais "peixinhos"
Prazeres da carne
da Reportagem Local
Depois de passar pela moda dos
bares de peixe, que quase transformaram a cidade em uma verdadeira "praia", Ribeirão vive
agora a febre dos bares especializados em picanha e cupim, carnes
nobres que estão se popularizando a cada dia.
Só na avenida Presidente Vargas, a que concentra o maior número de bares, existem atualmente cinco casas funcionando muito
próximas uma das outras que servem a picanha e também o cupim
como pratos principais.
Entre os proprietários e clientes
dos bares e restaurantes da área, a
afirmação mais frequente é a de
que as pessoas estão procurando
locais onde possam comer com
simplicidade, fartura e, principalmente, sem gastar muito.
"Em uma época de crise como a
que estamos passando, as pessoas
querem jantar em locais que ofereçam opções mais caseiras. A
carne, nesse sentido, é uma comida prática e que, mesmo no inconsciente das pessoas, lembra
uma coisa natural", disse Kléber
Gui, um dos proprietários do bar
e restaurante Klebão & Daniel Picanha.
Para o catarinense Paulo Benini,
proprietário do restaurante Picanha e Cia. e que, há cerca de um
ano, trabalhava de garçom em um
bar que servia porções de peixe, a
população de Ribeirão tem um
bom paladar para comer carnes.
"Era um gosto que estava escondido ou ainda não tinha sido totalmente descoberto", disse.
Segundo ele, que chegou a Ribeirão Preto há menos de três
anos, a tendência é aumentar o
número de bares e restaurantes
especializados em carne na cidade.
"Tenho certeza que a concorrência tende a aumentar. Quem
não conseguir agradar o cliente,
certamente terá dificuldades em
se estabelecer no mercado", disse.
A concorrência está até fazendo
com que bares que antes se especializavam em outras opções agora tenham entre seus pratos principais a picanha e o cupim. Esse é
o caso do Bar do Meio, que está se
especializando nesse tipo de prato.
"A picanha, o cupim e o pernil
são novidades para bares aqui em
Ribeirão. As pessoas estão aceitando muito bem, principalmente as porções na brasa", disse Elisabete Gravine, proprietária da
casa.
Segundo os "churrasqueiros",
não existe segredo para o preparo
da carne. "A picanha tem que ser
colocada no calor, sem chegar
muito perto da brasa", disse João
Batista Benini, que trabalha no
Klebão & Daniel Picanha.
"O pessoal tem de saber cortar
bem a carne e colocar o sal no
ponto certo", explica José Pedro
Martinez, "churrasqueiro" há 25
anos.
Um local que está atraindo cada
vez mais pessoas fora do "circuito
da picanha" em Ribeirão é o bar
Cupim na Nove, na avenida Nove
de Julho, que se inspirou em uma
churrascaria de Araçatuba para
conquistar sua freguesia. "Ribeirão tinha muito bar que servia
peixe, mas não tinha cupim e outros tipos de carne. Acredito que
o churrasco casa muito bem com
o chope, que é a principal atração
da cidade", disse o proprietário
Luiz Antonio Prado.
Para o empresário Zener Marasco, a picanha e o cupim têm a ver
com o próprio ambiente da cidade. "Queriam transformar Ribeirão em uma cidade de praia, mas
a grande característica do interior
é a carne e a cerveja", disse.
Já para o produtor independente Célio Alves, que frequenta restaurantes de picanha todas as semanas, poucos bares conseguirão
resistir ao "modismo". "Só vai se
sobressair quem conseguir conquistar o cliente", disse.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|