Ribeirão Preto, Quinta-feira, 05 de Março de 2009

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Áreas contaminadas crescem 52,3% na região de Ribeirão

Relatório da Cetesb mostra que postos de combustíveis são os principais vilões

Além de postos, aterros sanitários de prefeituras, tanque de uma empresa de ônibus e duas indústrias foram enquadradas

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Relatório divulgado pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) revela que o número de áreas contaminadas aumentou 52,3% nas quatro maiores cidades da região de Ribeirão Preto no ano passado, em comparação com 2007.
Os postos de combustíveis predominam na lista, mas na região também existem entre os locais contaminados aterros sanitários de Franca e São Carlos, um curtume, uma empresa de ônibus, Furnas e uma linha férrea (leia texto abaixo).
O levantamento produzido anualmente apresenta os resultados de novembro de 2008, comparados a novembro de 2007. De acordo com o estudo, a Cetesb registrou 64 locais em que há contaminação, seja do solo, do ar ou da água, contra 42 áreas no ano anterior.
Das 64 área contaminadas, 56 são postos de combustíveis, o que significa um crescimento de 36,8% se comparado aos postos de combustíveis com áreas contaminadas em 2007. Só em Ribeirão são 12 postos.
Os números incluem, também, empresas que já se reabilitaram, ou seja, que estavam contaminadas mas cumpriram as exigências da Cetesb para recuperar a área. No Estado, são 87 nessa situação. Quatro delas são postos de combustíveis de Ribeirão Preto.
De acordo com o gerente regional da Cetesb em Ribeirão Preto, Marco Antonio Sanchez Artuzo, a descoberta de mais postos de combustíveis é resultado de um esforço de fiscalização, amparado por novas regras na legislação, que estão em vigor desde 2001.
Resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) de 2000 determinou que todos os Estados cadastrassem postos. Em São Paulo, eles estão sendo licenciados e devem, a cada cinco anos, renovar o cadastro.
"São esses momentos do licenciamento ou da renovação que nos ajudam a fazer esse trabalho de varredura e detectarmos os locais de contaminação", disse Artuzo.
O gerente da agência de Araraquara, José Jorge Guimarães, 52, estima que um terço dos postos criados antes de 2001 estejam contaminados. Em Araraquara, eles são entre 65 e 70 estabelecimentos e em São Carlos, de 70 a 75 postos.
Segundo Oswaldo Manaia, presidente regional do Sincopetro, entidade que representa os postos, a maioria dos estabelecimentos contaminados é de comerciantes que compraram postos antigos, que eram mal operados, e não fizeram a adaptação necessária para atender a legislação.
"Agora, demora até cinco anos para descontaminar e custa até R$ 400 mil", afirmou.
No Estado de São Paulo, o número de áreas contaminadas cresceu 10%, passando de 2.272, em 2007, para 2.514, no ano passado. Antigas fábricas e aterros sanitários serão o foco da Cetesb agora.


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