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Policiais de Franca utilizam gás de pimenta para conter estudantes
Estudantes chegaram atrasados à escola e tentaram arrombar os portões
DA FOLHA RIBEIRÃO
Pelo menos três estudantes
da escola estadual Evaristo Fabrício, no Jardim Aeroporto 2,
em Franca, tiveram que receber atendimento médico após
serem atingidos por gás de pimenta em confronto entre cerca de 60 alunos e oito PMs.
O tumulto aconteceu na porta da escola, na noite de terça-feira, pouco depois das 19h, horário de entrada dos alunos no
período noturno. Os estudantes atingidos pelo gás foram
medicados e liberados.
No boletim de ocorrência, registrado no Plantão Policial,
parte dos 60 alunos alega que
chegou à escola antes de vencer
a tolerância de atraso de 15 minutos. Como eles encontraram
os portões fechados, começaram a chutar e tentar arrombá-los e, para isso, contaram com
ajuda de colegas que estavam
dentro da escola.
A ronda escolar da Polícia
Militar foi chamada, chegou ao
local e logo solicitou reforço de
outros três carros. Segundo testemunhas, um dos policiais
usou o spray para dispersão.
"Quando cheguei, minha filha já não conseguia enxergar.
Mas, não acho que os policiais
foram violentos. Eram muitos
adolescentes", disse Carlos Teixeira, 45, pai de uma aluna de 15
anos atingida pelo gás.
"Queríamos conversar com o
diretor e já foram jogando o
gás", disse um aluno.
O diretor da escola, José
Aguiar, disse por meio da Secretaria da Educação, que cumpriu orientação do Estado de
fechar os portões. Segundo ele,
a tolerância é de 10 minutos.
"Não houve invasão da escola
e desconhecemos o uso de gás
de pimenta pela Polícia Militar.
Cada escola tem seu limite de
atraso e ele deve ser respeitado", disse a secretaria, por meio
de nota oficial.
Vários alunos foram levados
à delegacia, a maioria menor de
18 anos. Foram acusados de danos ao patrimônio, ouvidos e liberados na presença dos pais.
A Folha tentou ouvir a PM
de Franca ontem após as 18h,
mas não obteve sucesso. Nas
quatro ligações, a informação é
que só o comandante Ércio
Arantes poderia falar e ele não
estava.
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