Ribeirão Preto, Quinta-feira, 05 de Março de 2009

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Policiais de Franca utilizam gás de pimenta para conter estudantes

Estudantes chegaram atrasados à escola e tentaram arrombar os portões

DA FOLHA RIBEIRÃO

Pelo menos três estudantes da escola estadual Evaristo Fabrício, no Jardim Aeroporto 2, em Franca, tiveram que receber atendimento médico após serem atingidos por gás de pimenta em confronto entre cerca de 60 alunos e oito PMs.
O tumulto aconteceu na porta da escola, na noite de terça-feira, pouco depois das 19h, horário de entrada dos alunos no período noturno. Os estudantes atingidos pelo gás foram medicados e liberados.
No boletim de ocorrência, registrado no Plantão Policial, parte dos 60 alunos alega que chegou à escola antes de vencer a tolerância de atraso de 15 minutos. Como eles encontraram os portões fechados, começaram a chutar e tentar arrombá-los e, para isso, contaram com ajuda de colegas que estavam dentro da escola.
A ronda escolar da Polícia Militar foi chamada, chegou ao local e logo solicitou reforço de outros três carros. Segundo testemunhas, um dos policiais usou o spray para dispersão.
"Quando cheguei, minha filha já não conseguia enxergar. Mas, não acho que os policiais foram violentos. Eram muitos adolescentes", disse Carlos Teixeira, 45, pai de uma aluna de 15 anos atingida pelo gás.
"Queríamos conversar com o diretor e já foram jogando o gás", disse um aluno.
O diretor da escola, José Aguiar, disse por meio da Secretaria da Educação, que cumpriu orientação do Estado de fechar os portões. Segundo ele, a tolerância é de 10 minutos.
"Não houve invasão da escola e desconhecemos o uso de gás de pimenta pela Polícia Militar. Cada escola tem seu limite de atraso e ele deve ser respeitado", disse a secretaria, por meio de nota oficial.
Vários alunos foram levados à delegacia, a maioria menor de 18 anos. Foram acusados de danos ao patrimônio, ouvidos e liberados na presença dos pais.
A Folha tentou ouvir a PM de Franca ontem após as 18h, mas não obteve sucesso. Nas quatro ligações, a informação é que só o comandante Ércio Arantes poderia falar e ele não estava.


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