Ribeirão Preto, Sexta-feira, 05 de Março de 2010

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Contra dengue, Ribeirão arromba 1ª casa

Larvas do mosquito foram achadas em imóvel que era usado como depósito de lixo no bairro Ipiranga

DA FOLHA RIBEIRÃO

Com aval da Justiça, a Prefeitura de Ribeirão Preto fez ontem o primeiro arrombamento de imóvel para combater a dengue, que já atingiu 2.314 pessoas somente neste ano na cidade. Foi preciso o auxílio de um chaveiro para que o oficial de Justiça e os agentes do Controle de Vetores entrassem no imóvel, no bairro Ipiranga.
A dona da casa "invadida" não foi localizada, pois, segundo a prefeitura e os vizinhos, ela não mora no endereço. O local era usado apenas como depósito -o quintal e os quatro cômodos estavam cheios de lixo.
O cheiro forte que exalava de dentro da casa obrigou os agentes a usar máscaras. No banheiro, foram encontradas larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Os agentes retiraram dois caminhões repletos de sujeira -o trabalho continua hoje. "É uma situação insalubre, em uma região onde há muitos focos", disse a chefe do Controle de Vetores, Cristina O'Grady Lima.
Quando os agentes começaram a remover o lixo de dentro da casa, ratos, baratas e escorpiões surgiram. A aposentada Clarice Cruz, 65, vizinha do imóvel, se apressou em tampar um ralo para evitar que os bichos entrassem em sua casa.
Cruz, que já teve dengue há dois anos, disse que o problema é antigo. "Ela [dona da casa] chega sempre cheia de sacolas, revira o lixo dos vizinhos, pega tudo o que encontra."
Na liminar concedida pelo juiz Júlio César Spoladore Dominguez, o imóvel aparece como sendo de propriedade de Catarina Luiza Guaitili. O oficial de Justiça Aparecido Donizeti Silva disse que vai tentar localizá-la. A Folha também não conseguiu falar com ela.
Segundo a Secretaria da Saúde, existem cerca de mil imóveis nas mesmas condições.
Também ontem, os agentes do Controle de Vetores vistoriaram, acompanhados de um oficial de Justiça, a borracharia FBM Pneus, na avenida Costa e Silva. "A empresa não barra o acesso, mas recorremos à Justiça porque em todas as vistorias encontramos criadouros", disse Lima. Ontem, os agentes voltaram a encontrar larvas. Agora, o dono do imóvel terá que eliminar os criadouros em dez dias, sob risco de multa de R$ 1.000 por dia. Procurado no local, o dono da empresa não quis falar. (LEANDRO MARTINS)



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