|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Volto ao picadeiro assim que o meu médico deixar", diz palhaço Biriba, 81
DA FOLHA RIBEIRÃO
Aos 81 anos, Carlos Antônio
Spindola sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), em
novembro do ano passado, e
implantou um marca-passo no
coração. Mas a saúde não impede que ele sonhe em voltar aos
palcos, na pele do lendário palhaço Biriba, que construiu história em Ribeirão Preto.
"Eu sinto falta do público, a
gente acostuma. São mais de 60
anos no picadeiro", conta. Biriba planeja ainda este ano montar um novo circo. "Quero assim: nos bairros e a preço popular. Só estou esperando a permissão do meu cardiologista".
O eterno palhaço não segue a
história padrão do artista. Nasceu de família comum, de pais
comerciantes, em Santa Bárbara do Oeste. Mudou-se para São
Paulo aos 18 anos, com o propósito de estudar, mas os programas da TV Tupi atraíram seu
espírito de artista.
"Minha mãe descobriu que
deixei a escola e me levou de
volta ao interior." Foi quando
um circo passou pela cidade.
Fugiu com o grupo e ficou 11
anos sem falar com o pai. Dali,
montou seu próprio circo.
Em 1956, enfrentou o desafio
de se apresentar em Ribeirão.
"Meu circo era pequeno. Fui
para o Campos Elíseos e tomei
gosto pelos bairros", conta. Dali, segui para Vila Tibério, o
Barracão (antigo Ipiranga), Vila Virgínia etc.
O que se chamava de circo, na
verdade, era um palco de teatro
e de música. Havia peças e espaço para músicos como duplas
sertanejas e até artistas renomados. "Trouxe Chitãozinho e
Xororó e os Trapalhões."
O circo do Biriba "baixou a
lona" em 1996, quando o palhaço começou a se envolver com
gado. Mas só em 2003 Biriba
parou de se apresentar em circos do filho e do sobrinho. Aos
81, nem pensa em deixar de ser
palhaço. "Enquanto tiver forças, vou trabalhar."
(JC)
Texto Anterior: Circo de interior dribla tempo e burocracia Próximo Texto: Arte circense sai da lona e vira objeto de aula em Ribeirão Índice
|