Ribeirão Preto, Domingo, 05 de Abril de 2009

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"Volto ao picadeiro assim que o meu médico deixar", diz palhaço Biriba, 81

DA FOLHA RIBEIRÃO

Aos 81 anos, Carlos Antônio Spindola sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), em novembro do ano passado, e implantou um marca-passo no coração. Mas a saúde não impede que ele sonhe em voltar aos palcos, na pele do lendário palhaço Biriba, que construiu história em Ribeirão Preto.
"Eu sinto falta do público, a gente acostuma. São mais de 60 anos no picadeiro", conta. Biriba planeja ainda este ano montar um novo circo. "Quero assim: nos bairros e a preço popular. Só estou esperando a permissão do meu cardiologista".
O eterno palhaço não segue a história padrão do artista. Nasceu de família comum, de pais comerciantes, em Santa Bárbara do Oeste. Mudou-se para São Paulo aos 18 anos, com o propósito de estudar, mas os programas da TV Tupi atraíram seu espírito de artista.
"Minha mãe descobriu que deixei a escola e me levou de volta ao interior." Foi quando um circo passou pela cidade. Fugiu com o grupo e ficou 11 anos sem falar com o pai. Dali, montou seu próprio circo.
Em 1956, enfrentou o desafio de se apresentar em Ribeirão. "Meu circo era pequeno. Fui para o Campos Elíseos e tomei gosto pelos bairros", conta. Dali, segui para Vila Tibério, o Barracão (antigo Ipiranga), Vila Virgínia etc.
O que se chamava de circo, na verdade, era um palco de teatro e de música. Havia peças e espaço para músicos como duplas sertanejas e até artistas renomados. "Trouxe Chitãozinho e Xororó e os Trapalhões."
O circo do Biriba "baixou a lona" em 1996, quando o palhaço começou a se envolver com gado. Mas só em 2003 Biriba parou de se apresentar em circos do filho e do sobrinho. Aos 81, nem pensa em deixar de ser palhaço. "Enquanto tiver forças, vou trabalhar." (JC)


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