Ribeirão Preto, Quinta-feira, 05 de Agosto de 2010

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Estiagem eleva consumo e gera falta d'água na região

Consumo per capita subiu até 50% e há reservatórios vazios durante o dia

Problema afeta cidades como Ribeirão, Matão, Sertãozinho e São Carlos; Guaíra multará quem desperdiçar

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

O crescimento no consumo de água encanada de até 50% na região neste ano, devido ao clima seco, tem deixado reservatórios públicos vazios e bairros sem o fornecimento de água.
O problema, que atinge ao menos quatro das dez cidades mais populosas da região, deixou os serviços de água e esgoto em estado de alerta, porque julho foi mais seco do que o mesmo mês do ano passado. O maior temor é que em setembro a situação piore ainda mais.
Em Ribeirão, de acordo com o Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto), o gasto diário de 250 litros por morador aumentou até 30%.
Já há falta de água em bairros como o Alto da Boa Vista -em zona nobre-, Parque Ribeirão e Campos Elíseos, na região do bosque. "Temos a fuligem da queima da cana-de-açúcar que vai parar nas casas, e o pessoal abusa mesmo de lavar calçada só com mangueira", afirmou o superintendente do Daerp, Joaquim Ignácio da Costa Neto.
Em São Carlos, o consumo de 200 litros/dia per capita cresceu 10% e já há falta d'água em bairros como o São Carlos 3 e o São Rafael. Já em Sertãozinho, o consumo saltou de 200 litros para até 300. Alguns dos 19 reservatórios chegam a se esvaziar, segundo Hélio José Dalmazo, responsável pelo serviço.
Matão também sentiu um aumento de até 15% na média de 250 litros diários consumidos, com reservatórios que chegam a nível zero ao longo do dia -a água é reposta na madrugada.
"A gente está pensando como é que chegaremos em setembro. Precisamos de chuva para repor o lençol freático", disse Luiz Gonzaga Bussola, responsável pelo abastecimento em Matão.
Há quem adote medidas radicais. Em Guaíra, onde o consumo diário saltou de 200 para 265 litros, a prefeitura aprovou um decreto para aplicar multa de R$ 150 ao morador flagrado por técnicos desperdiçando água.
"Há dias em que chega a zerar o reservatório", disse o diretor do Departamento de Esgoto e Água de Guaíra, José Mauro Caputi Junior. A prefeitura primeiro fará campanha educativa, mas o diretor disse que, se o consumo não cair, pode haver racionamento de água e multas.
Na microrregião de Franca, a superintendência da Sabesp (empresa de saneamento de São Paulo) ainda não vê falta d'água, mas já se preocupa com setembro. Em Araraquara, apesar da alta de 252 para 257 litros gastos por morador diariamente, não há problema.


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