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Estiagem eleva consumo e gera falta d'água na região
Consumo per capita subiu até 50% e há reservatórios vazios durante o dia
Problema afeta cidades como Ribeirão, Matão, Sertãozinho e São Carlos; Guaíra multará quem desperdiçar
JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO
O crescimento no consumo de água encanada de até
50% na região neste ano, devido ao clima seco, tem deixado reservatórios públicos
vazios e bairros sem o fornecimento de água.
O problema, que atinge ao
menos quatro das dez cidades mais populosas da região, deixou os serviços de
água e esgoto em estado de
alerta, porque julho foi mais
seco do que o mesmo mês do
ano passado. O maior temor
é que em setembro a situação
piore ainda mais.
Em Ribeirão, de acordo
com o Daerp (Departamento
de Água e Esgotos de Ribeirão Preto), o gasto diário de
250 litros por morador aumentou até 30%.
Já há falta de água em bairros como o Alto da Boa Vista
-em zona nobre-, Parque
Ribeirão e Campos Elíseos,
na região do bosque. "Temos
a fuligem da queima da cana-de-açúcar que vai parar nas
casas, e o pessoal abusa mesmo de lavar calçada só com
mangueira", afirmou o superintendente do Daerp, Joaquim Ignácio da Costa Neto.
Em São Carlos, o consumo
de 200 litros/dia per capita
cresceu 10% e já há falta d'água em bairros como o São
Carlos 3 e o São Rafael. Já em
Sertãozinho, o consumo saltou de 200 litros para até 300.
Alguns dos 19 reservatórios
chegam a se esvaziar, segundo Hélio José Dalmazo, responsável pelo serviço.
Matão também sentiu um
aumento de até 15% na média de 250 litros diários consumidos, com reservatórios
que chegam a nível zero ao
longo do dia -a água é reposta na madrugada.
"A gente está pensando
como é que chegaremos em
setembro. Precisamos de
chuva para repor o lençol
freático", disse Luiz Gonzaga
Bussola, responsável pelo
abastecimento em Matão.
Há quem adote medidas
radicais. Em Guaíra, onde o
consumo diário saltou de
200 para 265 litros, a prefeitura aprovou um decreto para aplicar multa de R$ 150 ao
morador flagrado por técnicos desperdiçando água.
"Há dias em que chega a
zerar o reservatório", disse o
diretor do Departamento de
Esgoto e Água de Guaíra, José Mauro Caputi Junior. A
prefeitura primeiro fará campanha educativa, mas o diretor disse que, se o consumo
não cair, pode haver racionamento de água e multas.
Na microrregião de Franca, a superintendência da Sabesp (empresa de saneamento de São Paulo) ainda não vê
falta d'água, mas já se preocupa com setembro. Em Araraquara, apesar da alta de 252
para 257 litros gastos por morador diariamente, não há
problema.
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