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CRISE
Prefeitura de Ribeirão vai pagar só 30% dos vencimentos hoje; servidor também recebe parcelado
Jábali parcela salário de aposentados
da Folha Ribeirão
A Prefeitura de Ribeirão Preto
vai pagar hoje apenas 30% do salário dos cerca de 2.300 aposentados e pensionistas.
Os 8.500 servidores municipais
da ativa, que teriam os salários pagos amanhã, também vão receber
apenas 30%.
Segundo o secretário da Fazenda, Antônio Sivaldi Roberti, o restante dos pagamentos será liberado até o dia 20 deste mês.
A prefeitura teve de desviar dinheiro da folha de pagamento para quitar precatórios.
O Sindicato dos Servidores Municipais marcou para as 9h de hoje uma manifestação dos aposentados e pensionistas na frente do
Palácio Rio Branco, no centro, sede do governo.
"Há muitos servidores que estão com dívidas atrasadas, pagando juros ou que estão em sérias
dificuldades por causa dos atrasos", disse Nadir Rocca, diretora
do sindicato.
À tarde, pensionistas e aposentados estarão na Câmara pedindo
apoio dos vereadores.
"Estamos tentando aumentar a
receita para normalizar o pagamento dos salários", disse o secretário da Fazenda.
O sindicato também estuda a
possibilidade de entrar na Justiça
para pedir a normalização dos pagamentos.
Há uma lei municipal fixando o
quarto e o quinto dia útil de cada
mês como datas para liberar os
salários dos servidores.
A prefeitura começou a atrasar
os vencimentos no segundo semestre do ano passado.
O motivo principal do atraso seria a queda na arrecadação do
município.
Disputa
O prefeito Luiz Roberto Jábali
(PSDB) ameaça demitir cerca de
2.000 servidores, a partir de setembro, se não conseguir reduzir
salários e horas trabalhadas.
Ele alega estar gastando 88% do
que arrecada com a folha de pagamento, apesar de a atual legislação fixar teto de 60%.
O sindicato não concorda com
os números apresentados pela
prefeitura. "Acreditamos que há
outros meios de economizar antes de demitir ou cortar salários",
disse Nadir Fabris, vice-presidente do sindicato.
O prefeito chegou a reduzir a
jornada de trabalho e os salários
por meio de decreto, mas os efeitos foram suspensos por meio de
liminar do Tribunal de Justiça de
São Paulo.
Hoje, um representante da prefeitura estará em São Paulo tentando encaminhar a análise do recurso que tenta derrubar a liminar dos servidores.
Depois, a Justiça ainda irá decidir se o decreto é inconstitucional.
A prefeitura fixou o dia 15 de setembro para encerrar as negociações antes de demitir.
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