Ribeirão Preto, Quinta, 5 de agosto de 1999

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CRISE
Prefeitura de Ribeirão vai pagar só 30% dos vencimentos hoje; servidor também recebe parcelado
Jábali parcela salário de aposentados

da Folha Ribeirão

A Prefeitura de Ribeirão Preto vai pagar hoje apenas 30% do salário dos cerca de 2.300 aposentados e pensionistas.
Os 8.500 servidores municipais da ativa, que teriam os salários pagos amanhã, também vão receber apenas 30%.
Segundo o secretário da Fazenda, Antônio Sivaldi Roberti, o restante dos pagamentos será liberado até o dia 20 deste mês.
A prefeitura teve de desviar dinheiro da folha de pagamento para quitar precatórios.
O Sindicato dos Servidores Municipais marcou para as 9h de hoje uma manifestação dos aposentados e pensionistas na frente do Palácio Rio Branco, no centro, sede do governo.
"Há muitos servidores que estão com dívidas atrasadas, pagando juros ou que estão em sérias dificuldades por causa dos atrasos", disse Nadir Rocca, diretora do sindicato.
À tarde, pensionistas e aposentados estarão na Câmara pedindo apoio dos vereadores.
"Estamos tentando aumentar a receita para normalizar o pagamento dos salários", disse o secretário da Fazenda.
O sindicato também estuda a possibilidade de entrar na Justiça para pedir a normalização dos pagamentos.
Há uma lei municipal fixando o quarto e o quinto dia útil de cada mês como datas para liberar os salários dos servidores.
A prefeitura começou a atrasar os vencimentos no segundo semestre do ano passado.
O motivo principal do atraso seria a queda na arrecadação do município.

Disputa
O prefeito Luiz Roberto Jábali (PSDB) ameaça demitir cerca de 2.000 servidores, a partir de setembro, se não conseguir reduzir salários e horas trabalhadas.
Ele alega estar gastando 88% do que arrecada com a folha de pagamento, apesar de a atual legislação fixar teto de 60%.
O sindicato não concorda com os números apresentados pela prefeitura. "Acreditamos que há outros meios de economizar antes de demitir ou cortar salários", disse Nadir Fabris, vice-presidente do sindicato.
O prefeito chegou a reduzir a jornada de trabalho e os salários por meio de decreto, mas os efeitos foram suspensos por meio de liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Hoje, um representante da prefeitura estará em São Paulo tentando encaminhar a análise do recurso que tenta derrubar a liminar dos servidores.
Depois, a Justiça ainda irá decidir se o decreto é inconstitucional. A prefeitura fixou o dia 15 de setembro para encerrar as negociações antes de demitir.



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