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Dárcy desiste de elevar IPTU em 2011
Sem segurança para enviar agora projeto de revisão da planta genérica à Câmara, prefeita deve engavetar texto
Presidente da Câmara afirma que não seria prudente votar o projeto a toque de caixa, junto com o Orçamento
ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO
A prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (DEM), não levará em frente o projeto de
revisão da planta genérica de
valores do IPTU (Imposto
Predial e Territorial Urbano),
que prevê aumento do preço
do tributo acima da inflação.
A proposta, que era esperada na Câmara até o final de
outubro, não saiu do Palácio
Rio Branco e a tendência é
que ela fique engavetada até
o final deste mandato ou pelo
menos até o fim do ano, segundo apurou a Folha.
Embora os valores venais
dos imóveis estejam defasados há quase uma década e a
revisão seja uma opção para
reduzir o deficit da prefeitura
(R$ 70 milhões previstos para 2010), o aumento do IPTU
representa desgaste político.
A sinuca em que Dárcy está é a seguinte: sem segurança para enviar o projeto agora à Câmara, a opção seria
aguardar 2011 com o pretexto
de amadurecer a proposta.
A aprovação em 2011, no
entanto, significaria aumento do imposto em 2012, último ano do mandato -quando a prefeita deve concorrer
à reeleição.
O presidente da Câmara,
Cícero Gomes da Silva
(PMDB), confirma a "resistência" de Dárcy em enviar a
revisão à Casa.
"Acho muito difícil isso
acontecer. Conversei com ela
e senti que ela não quer mandar [o projeto]", afirmou.
Segundo Cícero, também
não seria prudente a Câmara
votar a proposta a toque de
caixa, no final deste ano. Isso
porque, agora, os vereadores
têm de discutir o Orçamento
do próximo ano.
Para o economista João
Marino Júnior, o crescimento
da carga tributária pode ter
um efeito contrário nas receitas do município (leia texto
nesta página).
SONDAGEM
Não é de agora que a Dárcy
e sua equipe "sondam" o terreno para emplacar o aumento do IPTU. No começo, a revisão aconteceria em toda a
cidade -a prefeitura encomendou um estudo de revisão da planta genérica que
custou R$ 119 mil.
Depois, para reduzir o impacto na popularidade de
Dárcy, o governo considerou
a hipótese de elevar o imposto somente na zona sul, o que
atingiria somente o setor
mais rico da cidade.
A prefeita tem negado
qualquer informação sobre o
assunto e diz que tudo "não
passa de especulação". Oficialmente, a prefeitura afirma apenas que o assunto está "sendo estudado" na Secretaria do Planejamento.
A última atualização foi
feita em 2001, no segundo
governo do ex-prefeito Antônio Palocci Filho (PT), e vigorou a partir de 2002.
Conturbada técnica e politicamente, a medida resultou
até em ação na Justiça (leia
texto nesta página).
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