Ribeirão Preto, Domingo, 05 de Dezembro de 2010

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"Sapateiros do futuro" querem mais qualificação

Senai de Franca estima aumento de 37% nas matrículas de cursos ligados ao setor calçadista no próximo ano

Cresce a motivação por funções de criação e planejamento e sobe o desinteresse por cargos básicos nas fábricas

DO ENVIADO A FRANCA

Os sapateiros que vão garantir o futuro do calçado estão a cada dia mais interessados em qualificação. No Senai, está em alta a procura por cursos ligados ao setor, segundo o coordenador-geral Sérgio Roberto Cintra.
A previsão é de crescimento de 37% nas matrículas para 2011 nos 40 cursos de sapato da escola. Dentre os mais procurados estão os de pespontador, chanfrador e modelista de calçados.
"Além de melhores salários, eles buscam aprimoramento", disse Cintra.
O coordenador do Senai, no entanto, reconhece que cargos de gestão e desenvolvimento são o objeto do desejo dos novos profissionais. O processo seletivo para o curso técnico de design foi mais concorrido do que os dos cursos ligados à produção, diz.
Enquanto isso, dentro das fábricas, são os filhos dos proprietários os mais interessados na continuidade do setor. Das 1015 fábricas de calçado de Franca, 88% -ou cerca de 890- têm base familiar, segundo censo calçadista do Sindifranca e do Iemi (Instituto de Estudos de Marketing industrial).
"O sapato nunca vai morrer", afirma Danilo Roberto Pereira de Almeida, que divide a gestão da Calçados Roberto, no Distrito Industrial, com os irmãos Daniel e Dayse. Os três pertencem à terceira geração da empresa, fundada em 1959.

Baixa procura
A sazonalidade do mercado e o reduzido interesse dos jovens em trabalhar como sapateiros se reflete na dificuldade de encontrar operários, admitem representantes da Opananken, Villione e Calçados Roberto.
A constatação também é do gestor de RH do Sindifranca, Lázaro Reinaldi, que aponta falta de pespontadores e blaqueadores -ambos os cargos são ligados à costura de solado.
O gerente de produção da Opananken, Antônio de Andrade, 59, confirma ser difícil encontrar gente nova para a produção. Com baixa oferta de pespontadores, 120 modelos para a Couromoda, em janeiro, estão na fila, afirma.
A Carmen Steffens, que diz ter salários acima do mercado, nega a falta de mão de obra. Na Democrata, o problema foi evitado com plano de contratações.


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