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Pressão de agricultor adia reserva legal
Na sexta, entraria em vigor o decreto federal de julho de 2008 que obrigava a regularização das áreas
DA FOLHA RIBEIRÃO
Cabo de guerra entre ruralistas e ambientalistas, a reserva
legal, que institui um mínimo
de 20% de área nas propriedades rurais para preservação
ambiental, ainda não mobilizou os agricultores da região,
mesmo diante da ameaça de
criminalização por seu descumprimento neste ano.
No próximo dia 11, entraria
em vigor o decreto federal de
julho do ano passado que obrigava a averbação (regularização
em cartório) da reserva legal
nas propriedades. Diante da
pressão do setor do agronegócio, no entanto, o governo deverá estender esse prazo.
Segundo dados da Secretaria
do Meio Ambiente, as regiões
administrativas de Ribeirão
Preto, Franca, Barretos e Central (que abriga São Carlos e
Araraquara), possuem 1.604
propriedades com reserva legal
instituída ou averbada. De
acordo com o órgão, os números passam por atualização.
A comparação com uma única cidade da região, Itápolis,
porém, dimensiona o longo caminho que deverá ser trilhado
caso a legislação tenha que ser
integralmente cumprida. Na cidade, há 2.035 propriedades
rurais, ou 431 a mais do que o
conjunto das que possuem reserva legal em toda a região.
Dados do antigo Deprn (Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais) de
Ribeirão, que tinha núcleos em
Jaboticabal, Araraquara (com
abrangência de São Carlos),
Barretos e Franca, mostram
que até a extinção do órgão, em
maio deste ano, havia 90 mil
hectares de terras com reserva
averbada na região. É menos do
que os 94 mil hectares ocupados pelas 2.035 propriedades
rurais de Itápolis.
Segundo o diretor do Centro
Técnico Regional de Ribeirão
Preto, órgão que substituiu o
Deprn e é responsável pela avaliação dos processos de averbação, não houve um aumento
significativo da procura pela regularização entre o decreto de
2008 e a semana passada.
A diretora da Abag-RP (Associação Brasileira do Agronegócio de Ribeirão Preto), Mônika
Bergamaschi, disse que os proprietários rurais não teriam
condições de legalizar suas
áreas a tempo, já que os custos
são altos. Além disso, a norma é
contestada pela classe rural,
que crê que a reserva legal possa inviabilizar a atividade em
algumas regiões.
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