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Circo tenta sobreviver com verba pública
Somente em 2009, 15 associados de entidade com sede em Araraquara foram contemplados pelo Ministério da Cultura
Verbas para os circos da região foram conseguidas por meio de prêmio oferecido pela Funarte e podem chegar a R$ 70 mil
LIGIA SOTRATTI
DA FOLHA RIBEIRÃO
No ar, movimentos desenvoltos. No chão, trapalhadas fazem a plateia rir. Para levar o
circo a diferentes cidades, além
da disposição dos artistas é preciso recurso para manter o espetáculo. E é o que circos têm
feito para sobreviver: só neste
ano 15 associados da Asfaci (Associação das Famílias e Artistas
Circenses) foram contemplados pelo Ministério da Cultura
com verbas.
A entidade, com sede em
Araraquara tem, há cinco anos,
auxiliado circos mambembes a
se organizar e buscar apoio.
"Tem circo que nunca tinha
recebido nenhum apoio, que já
tinha pensado em parar e conseguiu recurso para melhorar a
sua estrutura. É uma classe
que, até então, sempre teve dificuldade de viabilizar mudanças por falta de investimento",
afirmou Joelma Costa, presidente da entidade.
A verba veio por meio do prêmio Funarte de Estímulo ao
Circo -também chamado de
Prêmio Carequinha, inclui categorias diversas, que contemplam de trupes circenses a
eventos e também mérito artístico. Os valores dos prêmios variam de R$ 15 mil a R$ 70 mil.
O circense e vice-presidente
da Asfaci, Ney Ayres, 60, foi um
dos contemplados e comemora
o recurso. "É uma ajuda importante, porque hoje em dia está
muito difícil para os circos pequenos continuar em pé."
Dono do circo Astley, que
completa 35 anos em 2010, Ayres veio de família circense e,
em toda sua história, nunca
contou com apoio -nos últimos anos, conquistou três prêmios da Funarte. "Bater panela
sozinho não vale a pena. Foi para ser ouvido que surgiu a ideia
da associação", disse.
Na mesma categoria que Ayres, o circo D'Vernon comemora o recurso de R$ 20 mil, que
será utilizado em melhorias na
infraestrutura. "É uma ajuda
ótima. Ganhei uma vez e pude
investir na cerca, melhora do
carro de som para propaganda
e também na pintura. Dá ânimo", afirmou Laudecir Jorge
Lemos Silva, 54, conhecido como Lokovan.
Com capacidade para 300
pessoas e, atualmente, com cinco pessoas que fazem todas as
funções no circo -de bilheteria
ao trapézio- Lokovan está no
circo desde os 13 anos e já passou por grandes companhias,
como a Beto Carrero. "Do tempo que eu estou em circo, nunca houve como buscar apoio."
O diretor da Estação do Circo
Ricardo Fruque vem da nova
geração. Ator, se formou na Escola Nacional do Circo, no Rio
de Janeiro, ficou oito anos da
Alemanha e há quatro se fixou
em São Carlos, onde dá aulas e
mantém uma companhia.
"Esse subsídio é muito importante para a arte, porque valoriza o circo", disse.
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