Ribeirão Preto, Domingo, 06 de Dezembro de 2009

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Circo tenta sobreviver com verba pública

Somente em 2009, 15 associados de entidade com sede em Araraquara foram contemplados pelo Ministério da Cultura

Verbas para os circos da região foram conseguidas por meio de prêmio oferecido pela Funarte e podem chegar a R$ 70 mil

LIGIA SOTRATTI
DA FOLHA RIBEIRÃO

No ar, movimentos desenvoltos. No chão, trapalhadas fazem a plateia rir. Para levar o circo a diferentes cidades, além da disposição dos artistas é preciso recurso para manter o espetáculo. E é o que circos têm feito para sobreviver: só neste ano 15 associados da Asfaci (Associação das Famílias e Artistas Circenses) foram contemplados pelo Ministério da Cultura com verbas.
A entidade, com sede em Araraquara tem, há cinco anos, auxiliado circos mambembes a se organizar e buscar apoio.
"Tem circo que nunca tinha recebido nenhum apoio, que já tinha pensado em parar e conseguiu recurso para melhorar a sua estrutura. É uma classe que, até então, sempre teve dificuldade de viabilizar mudanças por falta de investimento", afirmou Joelma Costa, presidente da entidade.
A verba veio por meio do prêmio Funarte de Estímulo ao Circo -também chamado de Prêmio Carequinha, inclui categorias diversas, que contemplam de trupes circenses a eventos e também mérito artístico. Os valores dos prêmios variam de R$ 15 mil a R$ 70 mil.
O circense e vice-presidente da Asfaci, Ney Ayres, 60, foi um dos contemplados e comemora o recurso. "É uma ajuda importante, porque hoje em dia está muito difícil para os circos pequenos continuar em pé."
Dono do circo Astley, que completa 35 anos em 2010, Ayres veio de família circense e, em toda sua história, nunca contou com apoio -nos últimos anos, conquistou três prêmios da Funarte. "Bater panela sozinho não vale a pena. Foi para ser ouvido que surgiu a ideia da associação", disse.
Na mesma categoria que Ayres, o circo D'Vernon comemora o recurso de R$ 20 mil, que será utilizado em melhorias na infraestrutura. "É uma ajuda ótima. Ganhei uma vez e pude investir na cerca, melhora do carro de som para propaganda e também na pintura. Dá ânimo", afirmou Laudecir Jorge Lemos Silva, 54, conhecido como Lokovan.
Com capacidade para 300 pessoas e, atualmente, com cinco pessoas que fazem todas as funções no circo -de bilheteria ao trapézio- Lokovan está no circo desde os 13 anos e já passou por grandes companhias, como a Beto Carrero. "Do tempo que eu estou em circo, nunca houve como buscar apoio."
O diretor da Estação do Circo Ricardo Fruque vem da nova geração. Ator, se formou na Escola Nacional do Circo, no Rio de Janeiro, ficou oito anos da Alemanha e há quatro se fixou em São Carlos, onde dá aulas e mantém uma companhia.
"Esse subsídio é muito importante para a arte, porque valoriza o circo", disse.


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