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Políticos "escorregam" no mundo virtual
Entre os erros mais comuns cometidos pelos políticos da região no Twitter está o sumiço, de acordo com especialistas
11 dos 20 vereadores de Ribeirão Preto fazem uso do microblog; também são adeptos da onda cibernética prefeitos e deputados
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Na onda da eleição de Barack
Obama nos EUA e de olho no
frequentado Twitter do governador de São Paulo, José Serra
(PSDB), políticos da região se
aventuram na ferramenta que é
a nova febre da internet, mas
escorregam na etiqueta digital.
Entre os erros mais comuns
está o "sumiço", quando ficam
vários dias sem postar nada ou
quando exageram na mera reprodução de discursos que não
interessa aos tuiteiros -usuários do microblog que limita comentários em 140 caracteres.
"A maioria entra no Twitter
porque acha que assim vai se
mostrar integrado ao mundo
dos jovens e às novas mídias,
mas é preciso saber o quê e como postar" , disse a comunicóloga Carla Sehn, que fez especialização na Alemanha em uso
de mídias digitais para fins de
marketing político.
Há duas semanas ela coordenou um curso para assessores
de deputados realizado em um
hotel de SP. "Alguns [políticos]
ainda não perceberam que não
dá para comentar as coisas na
internet de qualquer forma,
existem regras de etiqueta."
O deputado federal Antônio
Duarte Nogueira Jr (PSDB),
por exemplo, passa longos períodos sem postar nenhum texto. "Melhor não ter Twitter do
que não atualizar. Os seguidores podem se frustrar com a ausência de inserções", diz Sehn.
"Não tenho tempo de atualizar com frequência, mas acho
que o Twitter é mais uma forma de interagir com o eleitor e
até receber sugestões", afirmou
o deputado federal.
Do lado dos que mais postam
comentários está o deputado
federal Dimas Ramalho, de
Araraquara (PPS), que usa o espaço para comentar arte, música e futebol. "Esse tipo de post é
importante para que haja proximidade entre o político e o internauta. Os tuiteiros esperam
ver opiniões daqueles que seguem", afirmou Marcelo Pupi,
professor de comunicação digital que presta serviço à fundação Friedric Naumann, que dá
cursos de ciência política.
O deputado federal ribeirão-pretano Fernando Chiarelli
(PDT) postou na semana retrasada comentário chamando um
juiz de "canalha" por deixar livres jovens acusados de agredir
um trabalhador negro, o que
provocou reações de todos os
tipos. "Levantar questões polêmicas é interessante, mas o discurso não pode ser desrespeitoso", afirmou Sehn.
A Folha tentou ouvir o deputado Chiarelli, mas ele se negou
a falar com a reportagem.
Também conhecida pela assiduidade no Twitter, a prefeita
de Ribeirão Preto, Dárcy Vera
(DEM), usa até um minicomputador portátil para atualizar
a página que mantém.
Com quase mil seguidores,
Dárcy disse que não consegue
responder a todas as perguntas. "Respondo o máximo possível, e encaminho sugestões
de cidadãos também", disse.
De acordo com Pupi, esse tipo de resposta ao seguidor é
uma das ferramentas que mais
ajudam no estreitamento dos
laços. "O seguidor se sente valorizado, isso é bom", afirmou.
À Folha a prefeita disse ainda que pretende criar agora o
Twitter oficial da prefeitura,
para responder questionamentos ligados a órgãos do governo.
"Não tenho tempo de responder para todos, mas sempre
respondo pessoalmente", diz.
Onze dos 20 vereadores de
Ribeirão Preto já são usuários
do Twitter e postam com frequência. Completam o time de
tuiteiros da região os deputados estaduais Rafael Silva
(PDT), de Ribeirão Preto, e Roberto Engler (PSDB), de Franca, além do deputado federal
Marco Aurélio Ubiali (PSB),
também de Franca.
(ADEMIR TERRADAS)
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