Ribeirão Preto, Sábado, 07 de Março de 2009

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Exportações de sapatos caem pela metade

Total de pares vendidos, faturamento e preço médio dos calçados produzidos por Franca tiveram queda em janeiro

Redução nas vendas para o exterior em relação a janeiro de 2008 foi de 45%; na comparação com 2005, tombo foi maior: 78%

Gina Mardones/"Comércio da Franca"
Funcionários da Carmen Steffens acompanham assembleia sobre a ameaça de 300 demissões


MARCELO TOLEDO
EDITOR-ASSISTENTE DA FOLHA RIBEIRÃO
JEAN DE SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A FRANCA

As exportações de calçados de Franca, setor vital na economia da cidade, despencaram em janeiro, com queda no total de pares vendidos, no faturamento, no preço médio dos sapatos e no total de países compradores. Foram exportados somente 179.694 pares no primeiro mês deste ano, o que representa queda de 44,87% em relação ao mesmo mês de 2008.
Foi a quarta queda seguida nos embarques do município -em comparação aos 821.688 pares exportados em 2005, a retração chega a 78,13%, o que ajuda a explicar a queda no nível de empregos na cidade.
Segundo o Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), o setor empregava em janeiro 18.493 funcionários, contra 20.521 do mesmo mês do ano passado, o que significa 2.028 vagas a menos -número que pode aumentar, já que há empresas em dificuldades, como a Carmen Steffens (leia texto nesta página).
As exportações renderam apenas US$ 4,61 milhões, contra US$ 8,40 milhões do mesmo período do ano passado, o que significa redução de 45,17%. Nem mesmo o preço médio dos pares, que nos últimos anos tinha subido, como forma de compensar a queda nos embarques, resistiu: recuou 0,55%, passando de US$ 25,80 para US$ 25,66.
O total de países compradores, por sua vez, caiu de 30 para 28, com predominância para os países europeus.
"Antes, tínhamos problemas com o câmbio. Agora, temos a crise internacional e a concorrência chinesa", disse José Carlos Brigagão do Couto, presidente do Sindifranca. Para ele, as exportações só devem se normalizar com a melhora do cenário externo.
Com a crise global, as empresas estão se voltando ainda mais para o mercado interno. Na Sândalo, por exemplo, a previsão -feita em setembro- era exportar 55 mil pares no primeiro bimestre do ano, mas os embarques somaram apenas 31 mil. Segundo o diretor comercial, Téti Brigagão, a situação só não é mais crítica porque o câmbio ajudou -o dólar, que chegou a valer R$ 1,60, fechou a R$ 2,37 ontem.
O empresário Geraldo Ribeiro Filho, da Opananken, vê o câmbio com otimismo, mas disse que reconquistar mercados será um processo demorado. "Reativar é demorado. Há uma série de etapas, como desenvolver amostras e levar aos importadores."


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