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Exportações de sapatos caem pela metade
Total de pares vendidos, faturamento e preço médio dos calçados produzidos por Franca tiveram queda em janeiro
Redução nas vendas para o exterior em relação a janeiro de 2008 foi de 45%; na comparação com 2005, tombo foi maior: 78%
Gina Mardones/"Comércio da Franca"
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Funcionários da Carmen Steffens acompanham assembleia sobre a ameaça de 300 demissões |
MARCELO TOLEDO
EDITOR-ASSISTENTE DA FOLHA RIBEIRÃO
JEAN DE SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A FRANCA
As exportações de calçados
de Franca, setor vital na economia da cidade, despencaram
em janeiro, com queda no total
de pares vendidos, no faturamento, no preço médio dos sapatos e no total de países compradores. Foram exportados
somente 179.694 pares no primeiro mês deste ano, o que representa queda de 44,87% em
relação ao mesmo mês de 2008.
Foi a quarta queda seguida
nos embarques do município
-em comparação aos 821.688
pares exportados em 2005, a
retração chega a 78,13%, o que
ajuda a explicar a queda no nível de empregos na cidade.
Segundo o Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados
de Franca), o setor empregava
em janeiro 18.493 funcionários,
contra 20.521 do mesmo mês
do ano passado, o que significa
2.028 vagas a menos -número
que pode aumentar, já que há
empresas em dificuldades, como a Carmen Steffens (leia texto nesta página).
As exportações renderam
apenas US$ 4,61 milhões, contra US$ 8,40 milhões do mesmo período do ano passado, o
que significa redução de
45,17%. Nem mesmo o preço
médio dos pares, que nos últimos anos tinha subido, como
forma de compensar a queda
nos embarques, resistiu: recuou 0,55%, passando de
US$ 25,80 para US$ 25,66.
O total de países compradores, por sua vez, caiu de 30 para
28, com predominância para os
países europeus.
"Antes, tínhamos problemas
com o câmbio. Agora, temos a
crise internacional e a concorrência chinesa", disse José Carlos Brigagão do Couto, presidente do Sindifranca. Para ele,
as exportações só devem se
normalizar com a melhora do
cenário externo.
Com a crise global, as empresas estão se voltando ainda
mais para o mercado interno.
Na Sândalo, por exemplo, a
previsão -feita em setembro-
era exportar 55 mil pares no
primeiro bimestre do ano, mas
os embarques somaram apenas
31 mil. Segundo o diretor comercial, Téti Brigagão, a situação só não é mais crítica porque
o câmbio ajudou -o dólar, que
chegou a valer R$ 1,60, fechou a
R$ 2,37 ontem.
O empresário Geraldo Ribeiro Filho, da Opananken, vê o
câmbio com otimismo, mas
disse que reconquistar mercados será um processo demorado. "Reativar é demorado. Há
uma série de etapas, como desenvolver amostras e levar aos
importadores."
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