Ribeirão Preto, Domingo, 07 de Março de 2010

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Incêndio em Morro Agudo matou menina de três anos

DA ENVIADA ESPECIAL A MORRO AGUDO

Da casa de dois cômodos onde a menina Ana Clara Micael, 3, morava com a mãe sobraram intactos apenas parte dos azulejos e a pia da cozinha. Móveis, roupas e as telhas foram todos consumidos pelo incêndio do último dia 21. As cinzas continuam acumuladas no imóvel.
Rafael Aparecido Domingos, 19, e a mulher Larissa Lopes Ramos, 17, dona de casa, foram os primeiros a tentar arrombar a porta da casa e salvar a criança. Ao mesmo tempo, a vizinha Suzy Meyre de Oliveira Rodrigues Machado, 43, chamava o socorro por telefone.
"Ela ficou gritando uns sete minutos, acho. Ela falava "pega eu, pega eu". E eu falava [perto da porta], então vem, Aninha, eu estou aqui. Mas foi muito rápido", contou Larissa. Para a dona de casa, se existissem bombeiros na cidade, treinados adequadamente e com roupas contra chamas, talvez a criança tivesse sido salva.
Para Herminio Marques Rosário Neto, 38, encarregado de limpeza e motorista da Prefeitura de Morro Agudo, a presença de um posto com bombeiros faria pouca diferença porque o imóvel era antigo e, segundo ele, "casa velha pega fogo muito rápido". "Entre pegar o caminhão e chegar na casa, eu levei uns 15 minutos, não foi muito demorado", afirmou.
A bisavó materna da criança, Geni Alves Souza, 67, acredita que o socorro da prefeitura e da usina Bela Vista, que também mandou um caminhão-pipa para a ocorrência, tenha demorado 40 minutos.
Ana Clara Micael morreu depois de ser trancada em casa pela mãe, Daniela Aparecida Marques, 28, que saiu de madrugada para comprar um "lanche e um maço de cigarros". Como a casa estava sem luz, Marques acendeu uma vela e a deixou sobre a cômoda do quarto para iluminar a criança.
Marques já foi ouvida pela policia e pode ser indiciada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.


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