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Incêndio em Morro Agudo matou menina de três anos
DA ENVIADA ESPECIAL A MORRO AGUDO
Da casa de dois cômodos onde a menina Ana Clara Micael,
3, morava com a mãe sobraram
intactos apenas parte dos azulejos e a pia da cozinha. Móveis,
roupas e as telhas foram todos
consumidos pelo incêndio do
último dia 21. As cinzas continuam acumuladas no imóvel.
Rafael Aparecido Domingos,
19, e a mulher Larissa Lopes
Ramos, 17, dona de casa, foram
os primeiros a tentar arrombar
a porta da casa e salvar a criança. Ao mesmo tempo, a vizinha
Suzy Meyre de Oliveira Rodrigues Machado, 43, chamava o
socorro por telefone.
"Ela ficou gritando uns sete
minutos, acho. Ela falava "pega
eu, pega eu". E eu falava [perto
da porta], então vem, Aninha,
eu estou aqui. Mas foi muito rápido", contou Larissa. Para a
dona de casa, se existissem
bombeiros na cidade, treinados
adequadamente e com roupas
contra chamas, talvez a criança
tivesse sido salva.
Para Herminio Marques Rosário Neto, 38, encarregado de
limpeza e motorista da Prefeitura de Morro Agudo, a presença de um posto com bombeiros
faria pouca diferença porque o
imóvel era antigo e, segundo
ele, "casa velha pega fogo muito
rápido". "Entre pegar o caminhão e chegar na casa, eu levei
uns 15 minutos, não foi muito
demorado", afirmou.
A bisavó materna da criança,
Geni Alves Souza, 67, acredita
que o socorro da prefeitura e da
usina Bela Vista, que também
mandou um caminhão-pipa
para a ocorrência, tenha demorado 40 minutos.
Ana Clara Micael morreu depois de ser trancada em casa
pela mãe, Daniela Aparecida
Marques, 28, que saiu de madrugada para comprar um "lanche e um maço de cigarros".
Como a casa estava sem luz,
Marques acendeu uma vela e a
deixou sobre a cômoda do
quarto para iluminar a criança.
Marques já foi ouvida pela
policia e pode ser indiciada por
homicídio culposo, quando não
há intenção de matar.
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