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USP ganha centro de nanotecnologia
Unidade em Ribeirão emprega a tecnologia para fabricar medicamentos utilizados para o tratamento de câncer de pele
Centro de pesquisas também desenvolve estudos de engenharia de tecidos para a produção de pele artificial em larga escala
LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A fabricação de medicamentos para o tratamento de câncer
de pele com a aplicação de laser
e a produção em escala de pele
artificial ganharam impulso
com o início das atividades do
Centro de Nanotecnologia e
Engenharia Tecidual, na USP
de Ribeirão Preto. A unidade
começou a funcionar em março, mas ainda será oficialmente
inaugurada neste mês.
Segundo o coordenador do
centro, Antonio Claudio Tedesco, do departamento de química
da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão, a unidade é a primeira no Brasil aplicada especificamente à saúde.
De acordo com o pesquisador,
mesmo antes da criação do centro já eram produzidos medicamentos usados no tratamento
de câncer de pele ativados por
meio de laser, chamados de fármacos fotoativados.
Agora, com uso da nanotecnologia na produção, a qualidade dos medicamentos deve aumentar. "A vantagem é que eles
são mais efetivos, mais específicos e com menos efeitos colaterais", disse Tedesco.
Os fármacos que são produzidos pelo centro são enviados para ambulatórios que tratam o
câncer de pele com aplicação de
laser no HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto, na Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo) e na UnB (Universidade de Brasília).
Já a produção de pele artificial em escala servirá como modelo para estudo de câncer e outras doenças, além de tratamento de pacientes que tiveram
grande parte de pele removida,
em razão de queimaduras ou
doenças cutâneas.
"Até então não havia condição de escalonar a produção em
maior quantidade. Agora vamos
começar a produzir a pele e espero que a partir do ano que
vem a gente esteja fazendo cartilagens e produzindo vasos,
que são as linhas de atuação da
engenharia tecidual", disse.
O centro também permitiu a
abertura de frentes de trabalho
que não são ligadas à área do
câncer. Há parcerias, por exemplo, com a Unifesp, para reconstituição de nervos, e com o Inpa
(Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), para produção de bioinseticida para combate aos transmissores da dengue e da malária.
Em relação ao inseticida natural, Tedesco disse que o produto já está passando por testes
de campo realizados por pesquisadores do Inpa.
Nos últimos cinco anos, de
acordo com o coordenador do
centro, foram investidos R$ 1
milhão, parte na construção da
unidade e o restante em projetos de pesquisa e equipamentos.
O centro de pesquisas foi construído atendendo as especificações necessárias para a obtenção de certificação internacional, o que permite a realização
de parcerias com institutos dos
Estados Unidos e da Comunidade Europeia.
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