Ribeirão Preto, Quarta-feira, 07 de Abril de 2010

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USP ganha centro de nanotecnologia

Unidade em Ribeirão emprega a tecnologia para fabricar medicamentos utilizados para o tratamento de câncer de pele

Centro de pesquisas também desenvolve estudos de engenharia de tecidos para a produção de pele artificial em larga escala


LEANDRO MARTINS
DA FOLHA RIBEIRÃO

A fabricação de medicamentos para o tratamento de câncer de pele com a aplicação de laser e a produção em escala de pele artificial ganharam impulso com o início das atividades do Centro de Nanotecnologia e Engenharia Tecidual, na USP de Ribeirão Preto. A unidade começou a funcionar em março, mas ainda será oficialmente inaugurada neste mês.
Segundo o coordenador do centro, Antonio Claudio Tedesco, do departamento de química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão, a unidade é a primeira no Brasil aplicada especificamente à saúde.
De acordo com o pesquisador, mesmo antes da criação do centro já eram produzidos medicamentos usados no tratamento de câncer de pele ativados por meio de laser, chamados de fármacos fotoativados.
Agora, com uso da nanotecnologia na produção, a qualidade dos medicamentos deve aumentar. "A vantagem é que eles são mais efetivos, mais específicos e com menos efeitos colaterais", disse Tedesco.
Os fármacos que são produzidos pelo centro são enviados para ambulatórios que tratam o câncer de pele com aplicação de laser no HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto, na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e na UnB (Universidade de Brasília).
Já a produção de pele artificial em escala servirá como modelo para estudo de câncer e outras doenças, além de tratamento de pacientes que tiveram grande parte de pele removida, em razão de queimaduras ou doenças cutâneas.
"Até então não havia condição de escalonar a produção em maior quantidade. Agora vamos começar a produzir a pele e espero que a partir do ano que vem a gente esteja fazendo cartilagens e produzindo vasos, que são as linhas de atuação da engenharia tecidual", disse.
O centro também permitiu a abertura de frentes de trabalho que não são ligadas à área do câncer. Há parcerias, por exemplo, com a Unifesp, para reconstituição de nervos, e com o Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), para produção de bioinseticida para combate aos transmissores da dengue e da malária.
Em relação ao inseticida natural, Tedesco disse que o produto já está passando por testes de campo realizados por pesquisadores do Inpa.
Nos últimos cinco anos, de acordo com o coordenador do centro, foram investidos R$ 1 milhão, parte na construção da unidade e o restante em projetos de pesquisa e equipamentos. O centro de pesquisas foi construído atendendo as especificações necessárias para a obtenção de certificação internacional, o que permite a realização de parcerias com institutos dos Estados Unidos e da Comunidade Europeia.


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