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93 processam prefeitura por enchentes
Vítimas buscam na Justiça o ressarcimento por perdas causadas pela água em Ribeirão; administração alega não ter culpa
Nesta semana, TJ negou recurso da prefeitura e deu R$ 28 mil a comerciante que perdeu estoque da loja na enchente de 2002
Edson Silva/Folha Imagem
![](../images/r0705200901.jpg) |
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O comerciante José Romeu Batiston, que ganhou indenização, em ponte da av. Francisco Junqueira
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Prefeitura de Ribeirão Preto é ré na Justiça de 93 ações de
vítimas de enchentes, que buscam ressarcimento do prejuízo
causado pelas águas. Neste ano,
quatro desses casos tiveram decisões: três em favor das vítimas e uma do município.
Na mais recente, anteontem,
o TJ (Tribunal de Justiça) de
São Paulo negou recurso da
prefeitura na ação movida pelo
comerciante José Romeu Batiston, 57, que alegou perda total de sua loja de portas e janelas, na região da avenida Francisco Junqueira, na megaenchente de fevereiro de 2002, na
gestão de Antônio Palocci Filho
(PT), considerada a maior enchente dos últimos 40 anos.
Foi mantida a indenização de
cerca de R$ 28 mil -danos materiais, morais e honorários advocatícios-, mais correção monetária. A prefeitura anunciou
que, por obrigação legal, vai recorrer da decisão no STF (Supremo Tribunal Federal).
Na apelação, os advogados da
prefeitura alegaram que a responsabilidade dos estragos feitos pela chuva não era apenas
da administração, já que a força
da natureza seria uma "força
maior" que o governo.
O desembargador Antônio
Rulli, relator do caso, entendeu
que a prefeitura teve culpa porque as enchentes atingem sempre as avenidas Jerônimo Gonçalves e Francisco Junqueira, o
que configura que "nada, além
de medidas paliativas, como
limpeza de bueiros e bocas de
lobo, foi feito".
"A água encobriu tudo, quase
1,5 metro, e perdi toda a madeira que tinha estocada. A maior
parte do material ainda estava
atrelada a um problema bancário, em que eu era o fiel depositário. Quebrei", disse Batiston.
Depois de passar por momentos difíceis, ele conseguiu
"dar a volta por cima" com uma
loja de ventiladores que era administrada pela mulher. "Hoje,
as coisas começaram a dar um
pouco mais certo", disse.
A secretária dos Negócios Jurídicos, Vera Lúcia Zanetti, disse que a totalidade dos casos é
formada por ações impetradas
em outras gestões, mas que podem ter sentença na atual.
"Cada caso tem uma natureza e é impossível dizer quantos
podemos ganhar ou quantos
podemos perder. O jeito é analisarmos caso a caso", afirmou.
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