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NO ESCURO
Seis cidades apontam problemas em racionar energia sem cortar o bombeamento de água para o abastecimento
Região já planeja racionamento de água
MARCELO TOLEDO
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
Seis cidades da região de Ribeirão Preto já planejam o racionamento de água para cumprir as
metas de consumo de energia estipuladas pela Câmara de Gestão
da Crise de Energia Elétrica.
Franca, Sertãozinho, Taquaritinga, Batatais, Jardinópolis e
Guaíra alegam que vão ter de fazer cortes no fornecimento de
água para economizar energia, já
que o bombeamento da água
(captada do subsolo ou de rios)
consome em média 60% do total
gasto pelas cidades com a CPFL.
Em Franca, a Sabesp (Serviço de
Saneamento Básico do Estado de
São Paulo) pode iniciar o racionamento na próxima semana.
"Vamos fazer um estudo na segunda. Se estivermos acima da
meta [10% para serviços essenciais], faremos o racionamento",
afirmou o gerente Rui Engrácia
Garcia Caluz, 44. O consumo da
empresa é de 5.000 kWh mensais
(R$ 450 mil). "Não há como reduzir o consumo de energia se não
houver redução do consumo [de
água]", disse o gerente.
São captados em Franca 70 mil
m3 de água por dia. A redução de
10% de energia representa 7.000
m3 de água, o que daria para abastecer 8.700 casas por 24 horas. Caluz afirmou também que a cidade
pode ser atingida pelo racionamento (de até 24 horas).
Ainda segundo ele, a situação
deve ser pior em agosto e setembro, quando existe aumento do
consumo. "Já estávamos nos preparando para essa situação. Mas,
com esse problema agora, não vamos ter como realizar o que queríamos", afirmou o gerente.
Em Batatais, o diretor de planejamento Jairo Tomazella afirmou
que a prefeitura está fazendo
campanhas de orientação para
que haja redução no consumo.
"Se houver racionamento de
energia, haverá consequentemente racionamento de água", disse.
Já em Guaíra, que capta 40% da
água de poços profundos, o racionamento de energia pode duplicar o problema da cidade, que no
mês passado fez racionamento de
água por causa da estiagem.
A cidade capta 11,5 milhões de
litros por dia, contra os 15 milhões
anteriores ao racionamento. "Se
passarmos de 12 milhões, a situação se complica ainda mais", disse
o diretor do Departamento de
Água e Esgoto, João Rocha.
Em Jardinópolis e em Sertãozinho, o abastecimento pode ser
prejudicado porque as prefeituras
vão desligar as bombas dos poços.
"Não tenho dúvida que o abastecimento será prejudicado", disse o prefeito de Jardinópolis, José
Amauri Pegoraro (PSDB).
Com R$ 168 mil gastos por mês
com o bombeamento, a Prefeitura de Sertãozinho está desligando
as bombas de poços de baixa produção entre as 23h e as 5h.
"Trabalhamos para não ter falta
d'água, mas algumas casas podem ter problemas", disse o vice-prefeito João Zarinello (PSDB).
A Prefeitura de Taquaritinga
decretou a racionalização dos recursos naturais (água potável e
energia elétrica).
A Folha procurou por dois dias
a superintendente do Daerp (Departamento de Água e Esgoto de
Ribeirão Preto), Isabel Bordini,
mas não a encontrou.
Na semana passada, o Daerp
lançou campanha para reduzir o
gasto com energia em 20%, por
meio de geradores e campanhas.
A autarquia consome 9.000 kWh
mensais (gasto de R$ 1 milhão).
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