DA FOLHA RIBEIRÃO

A Prefeitura de Araraquara decretou luto oficial ontem por causa da morte do historiador Rodolpho Telarolli, 67.
Ele morreu às 18h de anteontem, vítima de câncer. Telarolli sofria com a doença havia cerca de dois anos e meio e não aparecia em público desde abril. O corpo do historiador foi velado em Araraquara. Na tarde de ontem, foi cremado no cemitério de Vila Alpina, em São Paulo. Era professor aposentado da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araraquara e autor de vários livros, entre eles "Addio Bel Campanile" (em parceria com Ignácio de Loyola Brandão, sobre a história da família Lupo) e "Britos, República de Sangue", sobre o linchamento de duas pessoas em Araraquara no século 19.
O historiador também era um apaixonado por futebol -torcia para o Corinthians. Tinha um livro pronto sobre o goleiro uruguaio Antonio Sandro, personagem folclórico do interior.
A obra reconstitui a passagem do jogador, que saiu do Uruguai em 1942 -"com 200 réis no bolso e com o sonho de ser o maior goleiro do mundo", dizia Telarolli-, e andou por cidades como Araraquara, São José do Rio Preto, São José do Rio Pardo, Mococa, Batatais e São João da Boa Vista. Em 1997, quando Araraquara foi destaque na imprensa nacional devido ao "código de posturas" do ex-prefeito Waldemar de Santi (PPB) -que proibia, entre outras coisas, atos obscenos em praça pública-, Telarolli defendeu seu município, afirmando que a cidade não deveria ter sua imagem prejudicada no Brasil por causa das idéias conservadoras de "meia dúzia de pessoas".


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