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Foco
Beneficiados com regime semiaberto sonham em deixar a cadeia neste ano
Edson Silva/Folha Imagem
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Detentos do semiaberto aguardam van na região central de Ribeirão que os levará de volta ao presídio, após dia de trabalho
DA FOLHA RIBEIRÃO
Pedro (nomes fictícios), 43,
aproveitou a saída do trabalho
na última quinta-feira e abraçou a mulher, Regina, que foi
ao seu encontro no local em
que ele espera a van da Penitenciária de Ribeirão.
Com o direito de sair do regime fechado, há quatro meses, surgiu também a oportunidade de ganhar as ruas durante o dia, para trabalhar em
uma fundição.
Só é permitido ao detido no
regime semiaberto sair da
unidade se for a trabalho.
"É completamente diferente do regime fechado. Você
não tem essa liberdade. Lá
dentro é fechado no mesmo
quadrado", disse.
Nos sete anos e dois meses
de condenação por assalto, é a
terceira vez que Pedro ganha
o direito ao semiaberto. Nas
outras duas vezes ele fugiu,
alegando que foi socorrer a
mulher que sofre de problemas no coração. A polícia o
encontrou e ele teve de regredir para o regime fechado.
Desta vez, não pretende
desrespeitar o benefício que
lhe foi confiado. "Meu chefe já
me garantiu emprego quando
eu sair. Acho que consigo sair
no Dia dos Pais", disse o pai de
três filhos, de 21, 19 e 16 anos.
Ao lado do casal, também
espera o transporte para o semiaberto o colega Francisco,
47. Ele conhece o sistema desde 1990, quando foi condenado por homicídio.
Seis anos depois, foi transferido para o IPA (Instituto
Penal Agrícola) de São José do
Rio Preto. Ganhou a liberdade
quatro anos depois.
Mas cometeu o mesmo crime em 2000 e ficou preso em
Ribeirão por oito anos. Desde
o ano passado, Francisco foi
transferido para o semiaberto
e está trabalhando como ajudante-geral na fundição.
Depois de uma vida com o
peso de dois crimes, Francisco disse só pensar agora na liberdade e em continuar no
trabalho. "Tenho fé que consigo sair ainda neste ano."
(JC)
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