DA FOLHA RIBEIRÃO

Os moradores da favela do Monte Alegre, primeiro núcleo a passar por reurbanização na cidade, reclamam que as obras de melhoria ainda não foram concluídas. Mais: em uma das ruas, já existem rachaduras no asfalto recém-colocado. A prefeitura promete terminar o serviço até agosto.
As obras de reurbanização na área começaram em 2007, com previsão de serem concluídas até março do ano passado. O projeto propunha a retirada de parte dos barracos para permitir o alargamento de ruas, que foram asfaltadas e receberam redes de água e esgoto, além de iluminação pública.
As famílias cujos barracos foram derrubados passaram a morar nas casas do conjunto Paulo Gomes Romeu, no Jardim Paiva, próximo ao local.
A reportagem visitou ontem a favela reurbanizada, com asfaltos, guias e postes de iluminação pública.
Próximo à casa do servente de pedreiro José Barbosa Moreira, 63, o novo asfalto trazia uma rachadura.
"Esse asfalto é fraco. Mal acabou a obra, e já está cedendo. E as calçadas ainda não foram feitas", disse Moreira.
Uma das vielas que surgiu com os barracos demolidos ainda é de terra, sem obras. O operador de incinerador Antônio Cristiano de Souza, 50, contou que algumas ruas ainda não receberam rede de esgoto.
"As autoridades conversam muito, mas pouco fazem. As obras não terminam nunca", disse. Apesar dos postes e da rede de água, os moradores estão com redes clandestinas, ainda não ligadas ao sistema.
O presidente da Cohab-RP, Rodrigo Iglesias Arenas, disse que a reurbanização sofreu obstáculos. Durante a abertura de algumas ruas, os operários descobriram rochas que precisaram ser quebradas. As chuvas também atrapalharam.
Outra dificuldade foi a resistência de um morador em deixar seu barraco. Só após uma ordem judicial, a construtora responsável pela obra conseguiu demolir a moradia. Arenas disse que até agosto serão feitos os reparos finais e o asfaltamento da última rua. (JC)

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