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Planta do Politeama é a mais misteriosa das já analisadas
Espaços com o nome, mas em outros locais, funcionaram em Ribeirão no início do século 20, aponta o Arquivo Público
Pesquisadora aponta o "Polytheama" como sendo um dos cinco teatros que pertenceram ao "rei da noite" François Cassoulet
DA FOLHA RIBEIRÃO
Entre todas as plantas vistas
pelo arquiteto e urbanista
Cláudio Bauso, a do "Novo Politeama" é que mais está envolta
em segredos. A começar pela
data em que foi feita -o desenho pode ser de 1904 ou de
1909-, passando pelo endereço indicado na planta, um quarteirão da rua Américo Brasiliense, na esquina da Álvares
Cabral, onde pesquisadores
desconhecem se há teatros.
No Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto, a Folha
encontrou a cópia de uma
planta de um teatro Politeama
diferente da achada na Antarctica, datada de 1903. No documento, o teatro foi projetado
para ocupar o terreno da antiga
Força e Luz, construído no
quarteirão das ruas Mariana
Junqueira, Álvares Cabral e
Visconde do Rio Branco, também no centro da cidade.
Já uma edição de 2 de outubro de 1918 do jornal "A Cidade" de Ribeirão apresenta o
teatro "Polytheama" como um
local de programação diversificada -exibição de filmes, apresentação de cantores- na rua
Amador Bueno.
A historiadora Liamar Tuon,
que pesquisou a programação
cultural de Ribeirão entre 1880
e 1920, aponta o "Polytheama"
como um dos cinco teatros que
pertenceram ao empresário da
noite da época François Cassoulet, incluindo o Carlos Gomes e o Cassino Antarctica,
uma espécie de bordel.
"A cidade tinha uma programação cultural intensa, mas a
cultura não é só a cultura sofisticada, o mais importante é
percebermos que todos, ricos e
pobres, contribuíram com suas
referências culturais."
Para o produtor rural Mário
Castilho, 75, diretor entre 1971
e 77 das cervejarias Paulista e
Antarctica-Niger, a existência
das plantas na antiga fábrica e
do Politeama causam surpresa.
Na época, segundo ele, a vida
cultural e social da cidade já
havia se deslocado para a av.
Nove de Julho, onde está a Recreativa. As atrações do Quarteirão Paulista, como o Palace
Hotel e o Theatro Pedro 2º, da
empresa, já estavam decadentes.
(VERIDIANA RIBEIRO)
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