Ribeirão Preto, Domingo, 08 de Novembro de 2009

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Planta do Politeama é a mais misteriosa das já analisadas

Espaços com o nome, mas em outros locais, funcionaram em Ribeirão no início do século 20, aponta o Arquivo Público

Pesquisadora aponta o "Polytheama" como sendo um dos cinco teatros que pertenceram ao "rei da noite" François Cassoulet

DA FOLHA RIBEIRÃO

Entre todas as plantas vistas pelo arquiteto e urbanista Cláudio Bauso, a do "Novo Politeama" é que mais está envolta em segredos. A começar pela data em que foi feita -o desenho pode ser de 1904 ou de 1909-, passando pelo endereço indicado na planta, um quarteirão da rua Américo Brasiliense, na esquina da Álvares Cabral, onde pesquisadores desconhecem se há teatros.
No Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto, a Folha encontrou a cópia de uma planta de um teatro Politeama diferente da achada na Antarctica, datada de 1903. No documento, o teatro foi projetado para ocupar o terreno da antiga Força e Luz, construído no quarteirão das ruas Mariana Junqueira, Álvares Cabral e Visconde do Rio Branco, também no centro da cidade.
Já uma edição de 2 de outubro de 1918 do jornal "A Cidade" de Ribeirão apresenta o teatro "Polytheama" como um local de programação diversificada -exibição de filmes, apresentação de cantores- na rua Amador Bueno.
A historiadora Liamar Tuon, que pesquisou a programação cultural de Ribeirão entre 1880 e 1920, aponta o "Polytheama" como um dos cinco teatros que pertenceram ao empresário da noite da época François Cassoulet, incluindo o Carlos Gomes e o Cassino Antarctica, uma espécie de bordel.
"A cidade tinha uma programação cultural intensa, mas a cultura não é só a cultura sofisticada, o mais importante é percebermos que todos, ricos e pobres, contribuíram com suas referências culturais."
Para o produtor rural Mário Castilho, 75, diretor entre 1971 e 77 das cervejarias Paulista e Antarctica-Niger, a existência das plantas na antiga fábrica e do Politeama causam surpresa. Na época, segundo ele, a vida cultural e social da cidade já havia se deslocado para a av. Nove de Julho, onde está a Recreativa. As atrações do Quarteirão Paulista, como o Palace Hotel e o Theatro Pedro 2º, da empresa, já estavam decadentes. (VERIDIANA RIBEIRO)


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