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Vereador de Ribeirão gasta R$ 56,40 de cada morador
Folha calcula custo por parlamentar levando em conta Orçamento e população
Jaboticabal tem o maior gasto per capita entre as cidades com R$ 78,50; no outro lado, Franca, com
R$ 15,43, tem o menor custo
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Cada morador de Ribeirão
Preto despenderá em média
cerca de R$ 56,40 neste ano para bancar os vereadores eleitos
para este mandato, seus assessores e o restante da estrutura
que irão usufruir na Câmara.
O custo-vereador foi calculado pela Folha com base no orçamento do Legislativo neste
ano e na população estimada
para 2008 pelo IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística). A Câmara de Ribeirão terá R$ 31,4
milhões para gastar neste ano,
segundo o Orçamento 2009,
aprovado no final do ano passado. O valor ainda pode mudar.
Na região, entre as dez maiores cidades, Jaboticabal terá o
Legislativo mais caro, com custo de R$ 78,50 por morador. Na
outra ponta, Franca aparece
como a Câmara mais barata:
R$ 15,43 por habitante. Em
média, os dez maiores municípios têm um custo-vereador de
R$ 47,70, bem menor que o de
Palmas (TO), o maior valor entre as capitais, onde o custo é
de R$ 83,10 por habitante -veja quadro nesta página.
Segundo o vereador Cícero
Gomes da Silva (PMDB), presidente da Câmara de Ribeirão
Preto, o valor não é alto, levando-se em conta que a cidade é a
maior da região e, portanto,
teoricamente com mais responsabilidades. "Ainda assim
posso dizer que pretendo gastar o mínimo possível e devolver, portanto, o máximo que
conseguir. Em 2002, por exemplo, gastei R$ 15 milhões. No
ano seguinte, gastaram R$ 18
milhões", disse o vereador,
eleito para a presidência da Casa pela oitava vez.
A Folha procurou o secretário da Fazenda, Francisco Pinghera, que disse, via assessoria
de imprensa, que não comentaria o repasse para a Câmara para 2009 por não ter tido participação na elaboração.
Em Franca, onde a Câmara é
a mais "enxuta" da região, o secretário da Fazenda, Sebastião
Ananias, justificou o índice pela gestão do Legislativo. "Eles
não têm carro corporativo, não
têm cota de combustível, só podem ter um assessor e os gastos
com telefone são levados ao
público. Por isso, posso dizer
que nosso Legislativo é modelo
não só para as cidades vizinhas,
mas até para a Congresso."
Em Franca, a verba destinada à Câmara no ano passado foi
de cerca de R$ 6 milhões. Quase metade foi devolvida ao Executivo, segundo o balancete.
Para a doutora em ciência
política, Maria Teresa Kerbauy, da Unesp (Universidade
Estadual Paulista) de Araraquara, o custo-vereador é um
índice que pode dar mais nitidez ao eleitor do quanto é investido no Legislativo.
"Quando alguém vê que uma
cidade pode ter custo de R$ 15,
como Franca, não poderá tolerar sem questionar um valor
quatro ou cinco vezes mais alto", disse. "Acho que as Câmaras estão ganhando cada vez
mais visibilidade, não só pelo
que fazem, mas pelo que gastam ou deixam de fazer."
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