Ribeirão Preto, Domingo, 9 de maio de 1999

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CRISE
Categoria marca início de paralisação para amanhã; servidores públicos também decidiram manter movimento
Médico deve engrossar greve em Ribeirão

da Folha Ribeirão

Sem acordo com a prefeitura, os médicos da rede municipal de Saúde em Ribeirão Preto decidiram aderir à greve dos servidores em assembléia anteontem à noite.
A paralisação dos servidores teve início na última quinta-feira e sua continuidade foi aprovada também na noite de anteontem.
Os servidores protestam contra o parcelamento dos salários, mudança na data de pagamento e suspensão da entrega de vale-transporte e tíquete-alimentação aos funcionários em licença médica.
Antes da assembléia dos médicos, houve uma reunião entre a categoria, o secretário interino da Saúde, Celso Lopes, e o chefe da Casa Civil, Osvaldo Ceoldo.
Na reunião, a prefeitura propôs pagar as horas extras e as férias em duas parcelas até o final do mês. Metade seria pago no dia 21 e o restante, uma semana depois. A proposta não foi aceita.
"A perspectiva é que a greve seja longa e por isso vamos manter todas as unidades básicas funcionando'", afirmou Marcelo Bigal, diretor do Sindicato dos Médicos do Nordeste do Estado.
Na greve realizada em janeiro deste ano, somente as cinco Unidades Básicas Distritais de Saúde fizeram atendimento emergencial.
De acordo com o sindicato, a partir de amanhã, as 35 unidades permanecerão abertas, mas atenderão apenas as emergências.
De acordo com Lopes, a prefeitura não deverá apresentar nova proposta para tentar acabar com a paralisação. "A greve vai se diluir ou crescer dependendo do comportamento do sindicato."
Segundo ele, não haverá nenhum esquema de atendimento para tentar contornar a greve.
Os sindicatos dos médicos e dos servidores devem elaborar um cronograma de atividades conjuntas de protestos.
Anteontem à noite, a prefeitura divulgou um comunicado nas emissoras de televisão conclamando os servidores para o retorno ao trabalho. Na publicidade, a prefeitura afirmava que a greve foi iniciada sem motivos.

Cortes
Na semana passada, o prefeito Luiz Roberto Jábali (PSDB) pediu cópia de projetos que o prefeito de Campinas, Francisco Amaral (PPB), enviou à Câmara para cortar gastos com os servidores.
Entre as matérias, está o adicional de insalubridade e periculosidade. Os cortes atingem principalmente os servidores da saúde e educação. Em Campinas, esses adicionais representam R$ 45 para cada funcionário por mês.
De acordo com o prefeito, na terça-feira o Congresso deverá votar em segunda discussão o capítulo da reforma administrativa que prevê medidas para a adequação dos gastos da folha de pagamento com a arrecadação.



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