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Vendas de carro têm pior bimestre do ano
Comércio de veículos novos em Ribeirão Preto em setembro e outubro foi pior que o do mesmo período do ano passado
Diminuição do crédito em razão da crise global é um dos fatores que levaram à queda, segundo algumas das empresas do setor
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A crise mundial, que vem afetando os mercados dos principais países do mundo desde setembro, chegou a Ribeirão Preto e abalou um dos setores que
mais vinha aquecendo a economia local nos últimos anos: a
venda de veículos.
Levantamento da Fenabrave
(Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) aponta que o penúltimo bimestre deste ano -setembro e
outubro- registrou o pior desempenho de 2008 na venda de
veículos novos em Ribeirão.
Em outubro, foram 2.711 veículos comercializados, 9,9% a
menos que os 3.010 vendidos
em outubro do ano passado.
Mas foi setembro que apresentou o maior tropeço: foram negociados apenas 1.993 veículos,
23% a menos que o total de setembro de 2007 e 36% abaixo
do número de agosto deste ano.
Os números levam em consideração não apenas automóveis, mas também veículos do
tipo comercial leve (picapes),
caminhões, ônibus e motos, cujas vendas tiveram queda de
28% em outubro em relação ao
mesmo mês do ano passado.
Em todo o país, as vendas no
mês passado, na comparação
com outubro de 2007, caíram
4%: 398.507 veículos vendidos
este ano, contra 415.466 no ano
passado, diz a Fenabrave.
"Com esta crise, o cidadão está com medo de assumir financiamentos longos", disse
Eduardo Wadhy Rebehy, da Independance, concessionária
Citroën em Ribeirão.
"A queda de vendas foi causada pela questão do financiamento. Os bancos têm dinheiro, mas o cliente não tem a mesma credibilidade que tinha no
início do ano e no ano passado",
disse João Pacífico Sparvoli, gerente de vendas da Itacuã, concessionária Volkswagen.
Segundo o diretor do Instituto de Pesquisas Sociais da ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), Antônio Vicente Golfeto, enquanto predominar a insegurança,
as restrições para a liberação de
crédito vão continuar.
"É uma questão de confiança.
Os bancos não estão muito interessados em fornecer crédito.
E a causa disso tudo é o medo
gerado pela crise. Tudo vai depender das neuras do mercado
daqui em diante."
De acordo com Rui Flávio
Chúfalo Guião, presidente do
grupo Santa Emília, de Ribeirão, o cenário é visível quando
se compara as vendas de carros
populares e as dos mais requintados em outubro. "Os carros
com motor acima de 1.000 venderam mais que os carros com
motor menor. O que acontece é
que, no ano passado, houve
uma facilidade de crédito e
muitas pessoas entraram no
comércio [de veículos]", disse.
Para os próximos meses, a
previsão das concessionárias é
de recuperação. "Novembro será melhor que outubro, a "fervura" da crise já baixou", disse
Guião. "Em 2008, nossas vendas estão crescendo mais que a
média nacional. Nossa perda
em decorrência da crise foi
muito pequena em relação a
outras marcas e concessionárias", afirmou Rebehy.
Para Golfeto, o futuro do setor em Ribeirão vai depender
do que acontecerá com a crise
nos próximos meses.
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