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Demitido, analista completaria 30 anos de empresa em 2009
DA ENVIADA A BEBEDOURO
No próximo dia 2 de junho,
mês que coincide com o início
da safra da laranja no Estado, o
analista de controle de produção João Carlos Bento Rodrigues, 48, iria completar 30 anos
de trabalho na unidade da Citrosuco em Bebedouro.
Rodrigues começou ainda jovem como auxiliar geral, recebendo a fruta que chegava dos
caminhões. No lugar de uma
carta de congratulações da empresa, ele recebeu no último sábado pelo correio o aviso de que
estava demitido.
"Eu não estava em casa. Uma
cliente da minha mulher, no salão de beleza, avisou que havia
demissões. Fui até a empresa.
Estava tudo em silêncio. Foi
quando o segurança falou sobre
a demissão e que ninguém mais
estava autorizado a entrar na
fábrica", diz o ex-funcionário.
Rodrigues disse que a fábrica
já dava sinais de que havia problemas. Desde dezembro, a manutenção do parque industrial
praticamente paralisou. "Só
deixaram o extremamente necessário para manter a linha de
produção funcionando."
Há uma semana, conta, os
funcionários da segurança foram dispensados, com a alegação de que a empresa contrataria uma firma terceirizada.
A notícia da demissão desdobrou-se em telefonemas, segundo ele. "Tive colegas que ligaram aqui desesperados. Acho
que despedir por carta é uma
falta de respeito, sinal de nenhuma consideração."
Como Rodrigues, ontem,
cerca de 30 demitidos da Citrosuco buscaram o sindicato da
categoria para tirar dúvidas sobre a rescisão.
O analista de controle de
qualidade, Luiz Michelin, 53,
sendo 29 de empresa, também
foi demitido por carta. "Sinceramente, eu já esperava. Havia
pouca laranja para moer e muito suco no estoque." Ele espera
agora atingir os anos necessários para a aposentadoria.
Novato entre os colegas,
Francisco Magno, 30, na função de operador de máquinas
há três anos, também já aguardava a demissão. "No começo
achei estranho ser demitido
por carta, mas acho que não
iriam chamar todos na fábrica e
comunicar a demissão."
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