Ribeirão Preto, Terça-feira, 10 de Fevereiro de 2009

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Funcionários param em fábrica para reivindicar participação nos lucros

Márcia Ribeiro/Folha Imagem
Funcionários da Brumazi parados, durante manifestação ocorrida em frente à sede da empresa, ontem, em Sertãozinho

DA ENVIADA ESPECIAL A SERTÃOZINHO

Cerca de 300 funcionários da Brumazi, indústria de máquinas para usinas de Sertãozinho, cruzaram os braços ontem durante todo o dia na porta da fábrica. Os trabalhadores reivindicam o pagamento da PLR (Participação nos Lucros ou Resultados), que não foi pago pela empresa.
Ontem, em cima de um caminhão de som, representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de Ribeirão Preto e Região convocavam os funcionários a paralisar até que a empresa proponha uma forma de pagar o benefício.
A PLR, uma gratificação dada ao trabalhador quando a empresa atinge metas, deveria resultar em pelo menos um bônus de metade do salário, segundo o sindicato.
Segundo o vice-presidente da entidade, Elias Camargo, se fossem atingidos 75% da meta, os trabalhadores receberiam, mas a empresa obteve 74,6% e, por causa de menos de um ponto percentual, não daria o bônus. Em nota, a Brumazi afirmou que, no acordado entre empresa, sindicato e comissão interna, "as metas mínimas não foram atingidas" e, portanto, "esta premiação não é devida".
A Brumazi disse ainda, em nota, que todos os compromissos com os profissionais, inclusive salariais, "estão rigorosamente em dia".
O sindicato alega, porém, que no último mês de novembro, a empresa havia informado aos funcionários que conseguiu atingir a meta de lucros e que todos receberiam uma gratificação de pelo menos metade do salário. A data combinada para o depósito, segundo Camargo, seria fevereiro. "Essa promessa instigou os trabalhadores a consumir no fim do ano. Agora que pagaram imposto do carro e contas da escola dos filhos, não terão o benefício que estavam esperando", disse.
O operador de caldeira Valdecir Gonçalves de Oliveira, 41, há um ano na empresa, decidiu apoiar a paralisação. "Não adianta só eu entrar [para trabalhar]. Todos têm que parar", afirmou.
O torneiro vertical Carlos Roberto Araújo, 49, há sete anos na Brumazi, aguardava ansioso o bônus da PLR, a metade de seu salário de R$ 3.000. "Só porque não atingiu 1%, não deram o PLR. Não acho justo." O caldeireiro Eli Francisco dos Santos, 50, estava parado na porta da fábrica à espera de uma contraproposta. "Disseram em novembro que metade do salário já estava garantido. Vim reivindicar o que foi prometido."


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