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Funcionários param em fábrica para reivindicar participação nos lucros
Márcia Ribeiro/Folha Imagem
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Funcionários da Brumazi parados, durante manifestação ocorrida em frente à sede da empresa, ontem, em Sertãozinho
DA ENVIADA ESPECIAL A SERTÃOZINHO
Cerca de 300 funcionários
da Brumazi, indústria de máquinas para usinas de Sertãozinho, cruzaram os braços ontem durante todo o dia na porta da fábrica. Os trabalhadores reivindicam o pagamento
da PLR (Participação nos Lucros ou Resultados), que não
foi pago pela empresa.
Ontem, em cima de um caminhão de som, representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de Ribeirão Preto e Região convocavam os funcionários a paralisar até que a empresa proponha uma forma de
pagar o benefício.
A PLR, uma gratificação dada ao trabalhador quando a
empresa atinge metas, deveria resultar em pelo menos
um bônus de metade do salário, segundo o sindicato.
Segundo o vice-presidente
da entidade, Elias Camargo,
se fossem atingidos 75% da
meta, os trabalhadores receberiam, mas a empresa obteve
74,6% e, por causa de menos
de um ponto percentual, não
daria o bônus. Em nota, a Brumazi afirmou que, no acordado entre empresa, sindicato e
comissão interna, "as metas
mínimas não foram atingidas" e, portanto, "esta premiação não é devida".
A Brumazi disse ainda, em
nota, que todos os compromissos com os profissionais,
inclusive salariais, "estão rigorosamente em dia".
O sindicato alega, porém,
que no último mês de novembro, a empresa havia informado aos funcionários que conseguiu atingir a meta de lucros
e que todos receberiam uma
gratificação de pelo menos
metade do salário. A data
combinada para o depósito,
segundo Camargo, seria fevereiro. "Essa promessa instigou os trabalhadores a consumir no fim do ano. Agora que
pagaram imposto do carro e
contas da escola dos filhos,
não terão o benefício que estavam esperando", disse.
O operador de caldeira Valdecir Gonçalves de Oliveira,
41, há um ano na empresa, decidiu apoiar a paralisação.
"Não adianta só eu entrar [para trabalhar]. Todos têm que
parar", afirmou.
O torneiro vertical Carlos
Roberto Araújo, 49, há sete
anos na Brumazi, aguardava
ansioso o bônus da PLR, a metade de seu salário de R$
3.000. "Só porque não atingiu
1%, não deram o PLR. Não
acho justo." O caldeireiro Eli
Francisco dos Santos, 50, estava parado na porta da fábrica à espera de uma contraproposta. "Disseram em novembro que metade do salário já
estava garantido. Vim reivindicar o que foi prometido."
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