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Rodeio "foge" da crise e amplia etapas
Principais circuitos do país passam a englobar 95 etapas, contra as 74 disputadas na temporada passada
MARCELO TOLEDO
EDITOR-ASSISTENTE DA FOLHA RIBEIRÃO
A crise financeira deflagrada
no segundo semestre do ano
passado e cujos reflexos são
sentidos hoje em parte do globo
parece não ter afetado os três
principais circuitos de rodeio
do país, que respondem pelos
eventos mais tradicionais e que
se concentram deste final de
semana a agosto.
Juntos, os circuitos Crystal,
Barretos e PBR (Professional
Bull Riders) terão 95 etapas este ano contra 74 de 2008, impulsionadas pela realização da
Copa do Mundo de Rodeio, em
agosto, durante a 54ª Festa do
Peão de Boiadeiro de Barretos.
Enquanto nos EUA, a PBR,
que reúne os principais competidores da modalidade no mundo, perdeu US$ 5 milhões em
patrocínios para a temporada,
no Brasil a expectativa é de
crescimento. Barretos também
investiu mais no rodeio, negocia patrocinadores internacionais e quer bancar show de
US$ 300 mil (R$ 620,4 mil, ao
câmbio de anteontem), do grupo Pussycat Dolls.
"Não tínhamos patrocinador
no Brasil, agora estou negociando alguns. O público tem
surpreendido, inclusive nos
EUA. Perdemos patrocínio lá,
que passa por um ajuste muito
forte, mas aqui a crise não atingiu. Crescemos exatamente em
um momento de crise", afirmou Flávio Junqueira, diretor
da PBR Brasil.
Dos 28 rodeios com a marca
PBR do ano passado, o total saltou para ao menos 50 em 2009.
Já no Circuito Crystal, serão 30
etapas, contra 16 de 2008. O
único que regrediu foi o CBR
(Circuito Barretos de Rodeio),
que terá 15 etapas, contra 30 do
ano passado -a alegação é que
a festa centrou forças na Copa
do Mundo e ainda perdeu visibilidade com o fim de um programa exibido aos domingos na
Band, que estava em negociação esta semana para a volta.
"O fato de termos fechado
com Barretos ajudou e tem ainda o clamor internacional, por
causa da Copa do Mundo, além
de o atual campeão mundial, o
Guilherme [Marchi], ser brasileiro", disse Junqueira.
PBR e Barretos eram, até
dois anos atrás, rivais ferrenhos. A aproximação se deu a
partir do ano passado, quando
surgiu a possibilidade de sediar
a Copa do Mundo, da PBR e disputada por peões de Brasil,
EUA, Canadá, Austrália e México -a expectativa dos organizadores é que, até agosto, o temor da nova gripe, que atingiu
principalmente o México, tenha desaparecido.
Jerônimo Muzetti, presidente de Os Independentes, que
organiza a Festa do Peão de
Barretos, afirmou que a parceria com a PBR foi boa para ambos, por levar peões da entidade ao principal rodeio do país e
por proporcionar novos patrocínios, inclusive estrangeiros.
"Deveremos ter três patrocinadores dos EUA, parceiros da
PBR, o que é um bom sinal. Já
está quase tudo certo", disse.
Já o Circuito Crystal -que
tem em seu "elenco" alguns dos
campeões da festa de Barretos
e que, por serem exclusivos,
não competirão no principal
rodeio do país- aposta na disseminação das competições para crescer, segundo José Uilson
Freire, presidente do circuito.
"Estamos estendendo a outros Estados. Até 2008, o circuito se resumia a São Paulo e
Minas. Fomos até Rondônia
agora", disse ele, que faz em junho em Barretos a Festa dos
Campeões, com vencedores
das montarias na Festa do Peão
e com peões do circuito.
Com mais etapas, cresceu
também a premiação, que só na
etapa de Jaguariúna, que começou na última quinta, prevê distribuir R$ 1 milhão, sendo
R$ 450 mil ao campeão em touros, 50% a mais que em 2008.
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